Cotações

Preços altos sustentam lucros bilionários das empresas

As cotações elevadas do barril de petróleo no mercado internacional - os preços na Bolsa de Mercadorias de Nova York estão atualmente cerca de 40% mais altos que há um ano - continuam sustentando os lucros bilionários das maiores companhias do setor, com Shell e BP.

Gazeta Mercantil/Reu
30/04/2004 03:00
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Companhias como Shell e BP voltam a apresentar alta nos ganhos. As cotações elevadas do barril de petróleo no mercado internacional - os preços na Bolsa de Mercadorias de Nova York estão atualmente cerca de 40% mais altos que há um ano - continuam sustentando os lucros bilionários das maiores companhias do setor. Três das maiores companhias do setor, a norte-americana ExxonMobil, a britânica British Petroleum (BP) e a anglo-holandesa Royal Dutch/Shell Group divulgaram nessa semana lucros no primeiro trimestre de, respectivamente, US$ 5,44 bilhões, US$ 4,72 bilhões e US$ 4,25 bilhões. No ano passado, as maiores petrolíferas do mundo, incluindo a brasileira Petrobras, já haviam registrado lucros recordes.
No caso da ExxonMobil, o ganho líquido no primeiro trimestre foi 23% inferior aos US$ 7,04 bilhões registrados no mesmo período de 2003. No ano passado, porém, os lucros foram inflacionados por uma mudança na contabilidade, que adicionou U$ 550 milhões ao balanço, e pela venda de participação na companhia alemã Ruhrgas, que rendeu US$ 1,7 bilhão. Excluindo esses itens extraordinários, o lucro da empresa registrou este ano um crescimento de 14%.
As vendas da companhia no período subiram 6%, chegando a US$ 67,6 bilhões de dólares, impulsionadas pelos bons preços do petróleo e dos produtos refinados. "Os preços da commodity continuam muito altos e as margens de refino estão fortes, por isso esse primeiro trimestre foi tão positivo", disse Gene Pisasale, analista da Wilmington Trust Co. "Nossa expectativa é que os próximos trimestres continuem sendo positivos para o grupo."

Venda de participação

Na Shell, o lucro de US$ 4,25 bilhões representou um crescimento de 9% em relação ao primeiro trimestre de 2003. A explicação da empresa para o aumento foi justamente os altos preços do petróleo, melhores margens em refinaria e melhor performance na área química. Entretanto, os baixos preços do gás natural minimizaram em parte os itens positivos.
O lucro da empresa também foi elevado pelo ganho de US$ 350 milhões com a venda da participação na chinesa Sinopec, um valor que alguns analistas tinham excluído de suas estimativas. Entretanto, mesmo descontando isto, o resultado ficou bem acima dos US$ 3,6 bilhões previstos em média.
Além do lucro maior, a Shell também agradou os investidores nesta quinta-feira com anúncio de uma recompra de ações imediata de US$ 2 bilhões. Os anúncios amenizam um pouco os impactos negativos que a companhia vem sentindo desde janeiro, quando efetuou um corte de 20% nas reservas provadas de petróleo. Esse problema levou à demissão de quatro importantes executivos e a investigações regulatórias e processos de acionistas. que ainda podem resultar em encargos.
"Nós continuamos entregando resultados satisfatórios e geração de caixa, apesar de todos os problemas", disse o principal executivo da empresa, Jeroen van der Veer. A Shell informou que seus investimentos vão aumentar para US$ 14,5 bilhões a US$ 15 bilhões este ano. A maior parte será aplicada na unidade de extração de gás e petróleo.
Na terça-feira, a BP já havia anunciado ter fechado o primeiro trimestre com ganhos de US$ 4,72 bilhões, um crescimento de 17% sobre o mesmo período de 2003. Lorde Browne, diretor-executivo da BP, ressaltou esperar que os preços do petróleo continuem em seus níveis atuais durante o segundo trimestre, o que manteria o patamar de lucro da empresa.
Graças aos altos preços do petróleo no mercado internacional, as maiores companhias do setor já haviam fechado 2003 com ganhos recordes. A ExxonMobil teve lucro de US$ 21,5 bilhões, a BP, de US$ 12,4 bilhões, a Shell, de US$ 11,7 bilhões, a ChevronTexaco, de US$ 7,2 bilhões, e a Petrobras, de US$ 6,1 bilhões. A Petrobras é, inclusive, a primeira empresa da América Latina no ranking dos 100 grupos com maiores ebitdas nos anos de 2002 e 2003.

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