Valor Econômico
Diversificar para tentar aumentar os ganhos. Com essa estratégia, a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), segundo maior fundo de pensão do país, decidiu estrear na seara dos fundos multimercados e destinar R$ 400 milhões para o investimento em quatro fundos exclusivos dessa categoria, que permite uma alocação mais flexível, misturando quase todas as categorias de ativos.
Os fundos da Petros serão administrados por gestores diferentes. Os escolhidos foram a Máxima Asset Management, o Pactual, o BNP Paribas e a SulAmérica Investimentos. Segundo informações da Petros, a decisão faz parte da política de diversificação das aplicações e um dos principais fatores para a escolha dos gestores foi o custo mais baixo combinado com a qualidade de gestão de risco oferecida.
O fundo iniciou a seleção de gestores há cerca de dois meses, gerando uma grande expectativa no setor de administração de recursos, que há algum tempo aguardava uma estratégia mais agressiva dos investidores institucionais nos fundos multimercados, que já haviam caído no gosto dos investidores individuais. "A aplicação em multimercados era um grande tabu até pouco tempo para os fundos de pensão e o fato de a Petros ter iniciado esse processo é muito positivo, porque eles têm funcionado como uma liderança no setor", explica Andre Petersen, diretor da Máxima. "Ou seja, muito possivelmente outros fundos de pensão possam seguir a iniciativa e começar a alocar mais neste tipo de produto", completou ele.
Outro fundo que estaria iniciando processo de seleção para aplicar em fundos de ativos mistos seria a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal.
Segundo Petersen, a tarefa dos gestores escolhidos pela Petros será a de oferecer ganhos de pelo menos 108% da Selic. "Os fundos já conseguem uma rentabilidade melhor por investirem em papéis de muito longo prazo, como as NTNs longuíssimas, por isso de saída temos de superar 104% da Selic, que é a rentabilidade média auferida por eles na renda fixa", diz o diretor da Máxima. "Com uma taxa de 18,25%, a competição é muito forte, temos que entregar resultados muito bons, do contrário, o cliente vai preferir ficar só com o juro básico" , lembra ele.
Os multimercados destinados aos investimentos dos fundos de pensão devem seguir princípios de controle de risco mais rígidos do que a média de mercado, não só pelo perfil dos fundos, como pelas exigências da Resolução 3.121 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estipula as regras para os investimentos das entidades fechadas de previdência complementar. É vedado, por exemplo, a esses fundos realizar os chamados "day trades" (operações de compra e venda no mesmo dia) e as possibilidades de alavancagem também são extremamente reduzidas.
A seleção realizada, segundo os gestores, envolveu grande parte da indústria de gestão, sendo que entre os pré-requisitos havia um mínimo de patrimônio sob gestão e também pesava favoravelmente o volume de recursos que o gestor já administrava para fundações.
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