COBERTURA OTC

Petróleo do Iraque será aberto a investimentos estrangeiros.

Governo americano admite abrir blocos do país para concessão. Empresas do Brasil podem investir em território iraquiano, mas desde que na condição de subcontratadas de firmas de países aliados dos Estados Unidos.


07/05/2004 03:00
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HOUSTON, TEXAS - Os Estados Unidos vão abrir o território do Iraque para investimentos das companhias estrangeiras de petróleo. O
presidente do Departamento de Comércio Americano para reconstrução do Iraque, William Lash, anunciou, porém, que esse movimento ainda
vai demorar um pouco a ocorrer, embora já estejam definidas algumas das diretrizes do processo. A abertura se dará por meio da concessão de blocos, a exemplo do que já ocorre no Brasil e na maior parte dos países.
Em relação às oportunidades para empresas brasileiras, Lash afirmou que o processo de reconstrução do Iraque poderá contar com grupos do Brasil. No setor de infra-estrutura, no entanto - considerado o filé mignon -, a participação está restrita à condição de subcontratados de empreiteiras dos países que apoiaram o esforço americano para depor no ano passado o ditador Saddam Hussein. Nos demais segmentos, porém,
as empresas brasileiras poderão ser contratadas diretamente pelo futuro governo, que assumirá o comando do país em junho.
O secretário americano recorreu às estimativas do Banco Mundial (Bird) para anunciar que a reconstrução do Iraque demandará US$ 55 bilhões nos próximos três anos. Segundo ele, o Congresso americano já autorizou o governo Bush a desembolsar US$ 18,4 bilhões do Tesouro para financiar parte desse esforço. A expectativa do secretário é que os governos dos países aliados contribuam com pelo menos outros US$ 13 bilhões, enquanto o restante deverá ser financiado pela iniciativa privada.
Lash participou nesta quinta-feira (06/05) de um almoço com mais de 150 empresários dos estados Unidos e do mundo, durante o encerramento
da 35 edição da Offshore Technology Conference (OTC), que desde a segunda-feira reuniu em Houston algumas das maiores fornecedoras de
equipamentos do setor petrolífero mundial - inclusive grupos já presentes em território iraquiano, como a americana Halliburton.
Atualmente, 14 companhias estão presentes no setor petrolífero iraquiano, que é o único ainda fechado para investimentos estrangeiros naquele país. Lash explicou, no entanto, que os detalhes do novo modelo ainda deverão ser estudados
pelo conselho que governa o país desde a queda do ditador Saddam Hussein.
Segundo estimativas do representante americano, o país deverá receber US$ 2 bilhões de investimentos apenas no setor petrolífero, o que ampliará a produção do país, que ainda importa gasolina. Lash revelou que o objetivo do governo americano, a curto prazo, é aumentar a atual produção de petróleo do país de 2,5 milhões de barris por dia para 3 milhões de barris em janeiro do próximo ano. Até 2010, afirmou, a idéia
é estar com uma produção de 6 milhões de barris por dia.
O representante do governo Bush foi a grande atração do dia, com um discurso marcado pelo otimismo exacerbado em relação às condições de segurança do país e um apelo quase messiânico, pontificado por frases de efeito.
"O presidente Bush diz que a reconstrução do Iraque é mais do que uma oportunidade de negócio. É um dever moral", disse. Em outro momento chegou a afirmar que os americanos são tão bem-vindos no Iraque que, além de circularem sem problemas com a bandeira americana, as tropas " já até podem ouvir rap nas ruas de Bagdá". "O Iraque é hoje um país seguro para se investir".
Entre os segmentos com maiores oportunidades para os empresários americanos, Lash enumerou não só o de infra-estrutura, como o de telecomunicações, óleo e gás e energia elétrica, como também o de serviços, incluído aí o de seguros e o de saúde. "Os iraquianos precisam de hospitais e precisam de escolas. Eles querem reconstruir o país", lembrou o secretário.

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