Os contratos futuros do petróleo operam em terreno negativo pela terceira sessão consecutiva, para abaixo de US$ 77 o barril pela primeira vez neste mês, puxados pela fuga dos investidores para ativos mais seguros, em meio às preocupações sobre a recuperação da economia.
Às 10h50 (de Brasília), o contrato do petróleo com entrega para setembro negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) operava em queda de 1,95%, em US$ 76,50 por barril. O petróleo tipo Brent para setembro na plataforma ICE caía 1,98%, para US$ 78,02.
O petróleo ampliou suas perdas, depois de recuar 2,78% na quarta-feira, refletindo a divulgação de dados econômicos fracos ao redor do mundo. Indicadores da China e do Japão sinalizaram que os mercados internacionais não serão capazes de compensar a desaceleração da recuperação da economia dos EUA, o que levou o investidor a vender os contratos futuros da commodity, antecipando um enfraquecimento da demanda.
Além disso, o Departamento do Trabalho dos EUA reportou que o número de pedidos de auxílio-desemprego aumentou em 2 mil na semana encerrada em 7 de agosto, contrariando as previsões dos economistas que esperavam uma queda de 14 mil.
A busca dos investidores por ativos tradicionalmente mais seguros também provocaram uma valorização do dólar, com o euro recuando após o anúncio de dados que sinalizaram uma queda inesperada da produção industrial da zona do euro em junho.
O fortalecimento do dólar torna o petróleo mais caro para compradores que detêm outras moedas.
"O fator macroeconômico tem apresentado uma mudança drástica nesta semana em direção à redução do apetite pelo risco", disse Jim Ritterbusch, presidente da Ritterbusch & Associates, que acompanha o mercado de petróleo. "E os fundamentos estão se tornando cada vez mais pessimistas do que otimistas."
O enfraquecimento das perspectivas econômicas pressionou o curto rali registrado pelo petróleo acima de US$ 80 o barril, um preço que serviu como uma barreira psicológica por várias semanas. Com a demanda futura em questão, os comerciantes estão relutantes em impulsionar os preços mais para cima, enquanto a oferta de petróleo e derivados de petróleo permanecer bem acima da média.
O relatório semanal do Departamento de Energia dos EUA (DOE), divulgado na quarta-feira, mostrou apenas pequenas mudanças no cenário da oferta de petróleo. Os estoques de petróleo bruto caíram 2,988 milhões de barris, mas os estoques de gasolina subiram 409 mil barris - o sétimo crescimento semanal consecutivo. Os estoques de destilados, que incluem óleo de calefação e diesel, subiram 3,456 milhões de barris.