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Petrobras terá de acelerar ritmo

Agência Estado
13/12/2006 02:00
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Manutenção da autosuficiência exigirá instalação do equivalente a 3 plataformas médias por ano

A Petrobras tem a necessidade de aumentar a produção de petróleo em cerca de 300 mil barris diários anualmente, nos próximos cinco anos, para cumprir as metas previstas no seu planejamento estratégico para 2011. Deste total, 150 mil são destinados a repor campos em declínio e a outra metade para suprir o crescimento do mercado, fazendo com que a produção atual salte de 1,8 milhão de barris diários para cerca de 2,3 milhões de barris de óleo, apenas no Brasil. Esse robusto aumento na produção será alcançado através da ampliação das atividades offshore (em alto mar) especialmente na bacia de Campos, com o lançamento de quase uma dezena de plataformas gigantes, que demandam investimentos de até US$ 1 bilhão cada uma.

Em extenso relatório, com 52 páginas, avaliando as perspectivas da estatal para os próximos cinco anos, o Credit Suisse, avaliou que para a companhia atender a essa demanda, será necessária a instalação pelo menos duas plataformas gigantes (de 180 mil barris por dia) ou três de porte médio (100 mil barris por dia) a cada ano. Somente com esse aporte no seu portfólio, a empresa poderá garantir a manutenção da auto-suficiência nacional em petróleo, destaca o relatório do banco, assinado pelos analistas Emerson Leite e Vinicius Canheu.

Nos últimos quatro anos, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras inaugurou 10 plataformas de exploração e produção de petróleo e possui pelo menos mais oito já contratadas, para serem entregues até 2009. Entre essas plataformas estão as consideradas "gigantes", como foi a P-50, instalada em abril de 2006, ou como será a P-52, que começa a operar em 2007.

Paralelo a essas plataformas gigantes, que levam mais de dois anos para serem construídas (com conteúdo nacional superior aos 50%), a estatal está estrategicamente procurando acelerar a entrada em operação de campos, especialmente de óleo leve e gás natural, com o afretamento de unidades de médio porte (100 mil barris por dia) ou mesmo a construção de unidades genéricas (que se adaptam a vários campos seqüencialmente e não são desenhados de forma a atender a um especificamente). Na avaliação do CS, essa nova estratégia da estatal traz aos seus projetos maior flexibilidade operacional. "Essa flexibilidade deverá ajudar a mitigar os riscos para os novos empreendimentos e para o cumprimento das metas previstas pela empresa", avalia o banco de investimento.

A maior flexibilidade operacional pela empresa é bem vista pelo banco, que avalia que dará maior mobilidade para a estatal, por poderem ser utilizados em diferentes campos, com as mais diversas profundidades. A desvantagem é que uma unidade genérica, do tipo que está sendo encomendada pela estatal e deverá entrar em produção nos próximos dois anos, é que a durabilidade de sua produção é de um período de 10 anos, ante 20 a 25 anos das de grande porte. Na avaliação da instituição financeira, o ideal é utilizar essas unidades para ter melhor conhecimento da área e durante o período em que uma unidade tradicional estiver sendo construída.

Atualmente, a estatal possui em andamento a licitação de duas unidades genéricas de produção. As empresas Prosafe e Modec apresentaram os menores preços na concorrência dos dois FPSOs (navios plataformas), sendo um voltado à produção de gás e outro de óleo. Os envelopes de preço foram abertos na última segunda-feira e a petroleira já convocou as duas empresas para negociar suas ofertas. A taxa diária da Prosafe para a unidade de gás foi de cerca de US$ 234 mil, enquanto a da Modec para o FPSO de óleo foi fixada em US$ 253 mil, preços considerados 20% acima das propostas apresentadas nas últimas concorrências da Petrobras, destinadas ao afretamento de unidades de produção para os campos de Golfinho.

A unidade de óleo terá capacidade para produzir 100 mil barris por dia e mais um volume de 3,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O FPSO de gás poderá produzir 10 milhões de metros cúbicos por dia, além de 30 mil barris de óleo. Além dessas duas unidades, que serão utilizadas em dois campos no sul do Espírito Santo, que ainda tem que ter sua comercialidade declarada à ANP, a Petrobras ainda está afretando uma outra unidade, chamada Pipa, para ser utilizada em diferentes áreas. Para o Credit Suisse, esses projetos genéricos poderiam ser aproveitados nos campos de Uruguá, Tambaú, na bacia de Santos; Papa-Terra, em Campos e no Parque das Baleias, na bacia do Espírito Santo.

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