Refino

Petrobras será majoritária em nova refinaria

Empresa prorroga decisão sobre empreendimento para depois de eleições estaduais. Projeto começaria a operar apenas em 2011, caso persista atual patamar de consumo do país.


18/05/2004 03:00
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O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, mostrou nesta terça-feira (17/05) que a diretoria da empresa voltou atrás novamente na questão da nova refinaria. O executivo anunciou que o investimento na nova unidade, prevista para começar a operar entre o fim de 2010 e início de 2011, deverá ser viabilizado em parceria com grupos privados, que deverão aportar um volume maior de recursos que a própria Petrobras. Dutra anunciou que a Petrobras deverá investir US$ 1 bilhão no empreendimento, cuja estimativa total é de um custo de quase US$ 3 bilhões.
Para começar a operar até 2011, a nova refinaria terá que começar a ser construída em 2007. A decisão de protelar o investimento, já tomada desde o ano passado, levou em consideração, segundo Dutra, as atuais taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país e de consumo de derivados no Brasil e no mundo. Uma fonte da companhia, que preferiu não se identificar, revelou, no entanto, que o adiamento apresenta outras conveniências para a empresa, principalmente políticas.
Segundo a fonte, ao fixar o ano de 2007 como data para iniciar as construções da unidade, a diretoria da Petrobras não só esfria o intenso debate sobre o local do empreendimento, como também aumenta a possibilidade de discutir o novo projeto com novos interlocutores nos governos estaduais. A próxima eleição de governadores está prevista para 2006, o que diminui as chances do grupo político da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, de capitalizar os dividendos eleitorais do projeto.
Essa mesma fonte revela, ainda, que o projeto poderá novamente ser antecipado, caso as taxas de PIB e consumo de derivados superem as projeções atuais da companhia. Dessa forma, poderia ocorrer novamente um recrudescimento da atual disputa interestadual pelo projeto.
As atuais projeções, segundo Dutra, ainda levam em conta a perspectiva de ampliação do gás natural na matriz energética brasileira, em um fenômeno que contribuirá para reduzir o consumo de derivados de petróleo no mesmo período. Dutra não deu detalhes, no entanto, sobre a localização e os parceiros do empreendimento. No ano passado, o presidente da Petrobras havia anunciado a intenção de construir a nova refinaria sem parceiros, após ter manifestado, inicialmente, a intenção de fazê-lo com parceiros.
No início deste ano, o governo do Espírito Santo anunciou a intenção de um grupo do emirado de Omã de investir, sem a Petrobras, em uma nova refinaria em território capixaba. Há cerca de um mês, o governo do Rio Grande do Norte também chegou a anunciar o interesse de grupos de Dubai, nos Emirados Árabes, e da Líbia no projeto de uma refinaria em território potiguar. Sabe-se, ainda, que o governo de Pernambuco já fechou parceira com a venezuelana PDVSA, que tem interesse de refinar o petróleo daquele país no Brasil. Espcula-se que alguns desses grupos podem vir a tornar-se sócios da Petrobras na nova unidade.

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