Mercosul

Petrobras pode atuar no litoral uruguaio

Valor Econômico
31/03/2005 03:00
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A Petrobras poderá explorar petróleo no litoral uruguaio, se prosperarem as negociações entre a estatal brasileira e a Ancap, estatal do país vizinho, realizadas durante os preparativos para a visita ao Brasil, amanhã, do presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez.
Dependente de importações para seu abastecimento energético, às voltas com redução do fornecimento da Argentina e do Brasil devido à seca no Sul do continente, o Uruguai enfrenta um "apagão" semelhante ao do Brasil em 2001 e desde o ano passado raciona energia. Vasquez firmará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um memorando de entendimentos para a promoção da integração energética entre os dois países.
Será constituída uma comissão de alto nível para decidir alternativas de formação do que Tabaré Vasquez chama de "anel energético" unindo Argentina, Brasil e Uruguai, para garantia comum de abastecimento de energia elétrica e gás. Brasil e Uruguai já estudam duas alternativas de linhas de transmissão ligando os dois países e analisam a proposta uruguaia de importar, por gasodutos brasileiros, gás da Bolívia (para reduzir a dependência do gás argentino).
A Petrobras analisa acordos de cooperação com a Ancap, de quem poderá comprar a rede de postos de gasolina na Argentina. Estudos da estatal apontaram a existência de reservas promissoras na bacia de Pelotas, o que indicaria potencial de exploração petrolífera também no litoral uruguaio, a ser realizada conjuntamente pelas duas estatais. No Uruguai, a Petrobras já é sócia da Ancap na distribuição de gás, a cargo da empresa Conecta.
A visita de Estado de Tabaré (a primeira visita de Estado de um presidente sul-americano no governo Lula) terá a participação de três ministros, o de Relações Exteriores, Reinaldo Gargano, o de Minas e Energia, Jorge Lepra, e o de Agricultura, José Mojica. Este último deverá discutir projetos de cooperação na área agrícola (a Embrapa tem projetos de pesquisa conjunta no Uruguai, na área de vitivinicultura e cítricos). Mojica deverá abordar, também, as constantes pressões de agricultores brasileiros pela imposição de barreiras às vendas de arroz pelos sócios do Brasil no Mercosul. Os uruguaios acusam os responsáveis pelas pressões de manter um cartel no Brasil e ter interesse em impedir a concorrência leal dos vizinhos.
Para evitar que se repitam com o Uruguai atritos comerciais que entravam o relacionamento entre Brasil e Argentina, os dois presidentes anunciarão a criação de uma comissão de acompanhamento de questões comerciais, além de reativarem a Comissão Geral de Coordenação entre os Ministros das Relações Exteriores, posta em ostracismo durante o governo anterior, de Jorge Battle. Vasquez e Lula devem acertar também posições conjuntas para temas como o fortalecimento do Mercosul, a consolidação da Comunidade Sul-Americana de Nações e a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul e dos Países Árabes, que se realizará em maio.

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