Bacia de Santos

Petrobras inicia segunda fase em Santos

Valor Econômico
10/03/2011 13:39
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Ao fechar o primeiro ciclo na Bacia de Santos, que contemplava a produção em campos do pós-sal, a implantação e operação de parte da infraestrutura no pré-sal e o início do comissionamento do gás, a Petrobras investirá agora nas áreas de apoio offshore, para coordenar a logística entre o continente e as plataformas. Segundo o gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos, José Luiz Marcusso, serão duas novas bases logísticas - uma em Itaguaí (RJ) e outra na Base Aérea de Santos, que fica no município de Guarujá (SP), às margens do porto de Santos.
 
 
Essa nova etapa deverá atrair as empresas fornecedoras da Petrobras para o entorno da futura base logística. Até agora, multinacionais como a Halliburton mantiveram um grupo restrito de executivos focados no relacionamento com o cliente nos escritórios que inauguraram na Baixada Santista, principalmente a reboque das descobertas no pré-sal. "Algumas já prospectam áreas próximas à Base Aérea, mas a maioria aguarda o término do estudo que está sendo realizado pela Petrobras", diz Marcusso.
 
 
Atualmente, o envio de suprimentos pelo mar às 17 sondas e aos sete sistemas de produção da Bacia de Santos ocorre a partir das cidades de Macaé (RJ) e de Itajaí (SC). O transporte aéreo, destinado a levar pessoas e pequenas peças, é feito desde Jacarepaguá (RJ), Navegantes (SC) e Itanhaém (SP). Mas o início da produção comercial de óleo e gás no pré-sal inaugura uma fase de números superlativos, que exigirá a ampliação da atuação de todas as áreas. "Vai ser um salto muito grande ao longo desta década. Em 2020, sem considerar ainda a cessão onerosa, o atual plano estratégico já aponta produção total operada de 1,8 milhão de barris por dia em Santos, ou a parcela da Petrobras na faixa de 1,100 milhão", diz Marcusso. Em alguns blocos, a empresa opera com parceiros.
 

Até o fim do ano a produção operada na Bacia de Santos deverá ser de 130 mil barris por dia, volume que aumentará gradativamente, devendo atingir 1 milhão de barris por dia em 2017. Para termos de comparação, a Bacia de Campos, a grande produtora, fornece hoje entre 1,6 milhão e 1,7 milhão de barris diários.
 

De fato, Santos produz desde 1993, mas em volumes considerados pequenos. O desenvolvimento das grandes jazidas se deu a partir de 2009, com Lagosta e Tupi, rebatizado de Lula. Nele, os volumes totais recuperáveis são de 6,5 bilhões de barris. Marcusso pondera que, no passado, os chamados campos gigantes eram aqueles com 500 milhões de barris. "É uma outra dimensão, já estamos começando a falar de supergigantes".
 

O acordo com a Aeronáutica foi fechado em agosto. A Petrobras utilizará 600 mil metros quadrados do terreno da Base Aérea para operação como aeroporto, porto e armazenamento. Pela negociação, a petrolífera entrará com contrapartidas para a Aeronáutica. O espaço tem potencial para até oito berços de atracação de supply boats, as embarcações de apoio. No fim de 2009, a Petrobras tinha uma frota formada por 254 dessas unidades. Em cinco anos esse número dobrará, e a maior parte do crescimento será para atender a Bacia de Santos.
 

A base logística ficará na margem esquerda do canal de navegação do porto. Do outro lado, na margem direita (Santos) próxima ao cais, será erguida a nova sede da Petrobras, prevista para começar a ser construída até abril. Hoje, a empresa está pulverizada em cinco endereços na cidade, num total de 1 mil estações de trabalho (mesa e um computador). O novo endereço, no bairro do Valongo, contará com três torres de 17 andares para 22 mil funcionários cada uma. Na primeira fase da obra será feita toda a infraestrutura e o primeiro prédio. A inauguração deve ocorrer no segundo semestre de 2013. Os outros dois edifícios devem ficar prontos entre 2015 e 2018.
 

O serviço da base logística será terceirizado por meio de uma licitação. A Petrobras estima que a unidade esteja operacional em 2015. Até lá, a estatal estuda antecipar uma área provisória no porto de Santos. "Temos entendimentos com a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) para avaliar a possibilidade de utilização de alguma área existente", diz Marcusso, sem dar mais detalhes.
 

A primeira etapa de implantação da Bacia de Santos contemplava alguns campos do pós-sal que já estão produzindo, o primeiro piloto do pré-sal (que também é chamado de sistema definitivo), e a contratação do segundo e do terceiro. O primeiro sistema definitivo do pré-sal está em Lula desde 28 de outubro, com capacidade para até 100 mil barris por dia de petróleo. Hoje, a produção é de 14 mil barris porque só existe um poço ligado. Até o fim do ano serão quatro poços conectados, atingindo no total 60 mil barris por dia.
 

O segundo sistema é o piloto do campo de Guará, que deve entrar em operação no início de 2013, com capacidade para 120 mil barris por dia. E o terceiro sistema dessa primeira fase de projetos é o piloto de Lula Nordeste, também com capacidade para 120 mil barris e previsto para meados de 2013.
Atualmente existem dois navios fazendo testes de longa duração (TLD) nessas áreas: o BW Cidade São Vicente (operando em Lula Nordeste) e o Dynamic Producer (em Guará). No atual plano estratégico da Petrobras consta que até 2014 serão 15 testes de longa duração.
 

"No momento estamos comissionando toda a parte de gás, que é a ligação de Uruguá-Tambaú (gás e óleo) com Mexilhão (gás) com a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (SP). E de Lula com Mexilhão com a mesma unidade. Então eu diria que estamos fechando um primeiro ciclo já tendo inclusive a infraestrutura para receber gás em terra", analisa Marcusso.
 

A previsão é que em meados deste mês o Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) já esteja operacional também em Caraguatatuba. A oferta do Gastau é para até 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com mais 2,2 milhões de metros cúbicos do sistema Merluza-Cubatão, a Bacia de Santos terá capacidade instalada de 22,2 milhões de metros cúbicos por dia. O Bolívia-Brasil tem para 30 milhões de metros cúbicos.
 

Os três projetos pilotos do pré-sal devem produzir por dia 3 milhões de metros cúbicos de gás, próximo à atual capacidade do gasoduto que vai até a plataforma de Mexilhão, de 10 milhões de metros cúbicos.
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