Petroquímica

Petrobras inicia análise do projeto conceitual do complexo do Rio

Valor Econômico
04/09/2006 03:00
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O projeto conceitual do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) deverá ser encaminhado ainda esta semana para aprovação da diretoria da Petrobras, informou o diretor de Abastecimento da estatal, também responsável pela área Petroquímica, Paulo Roberto Costa. Embora inclua apenas o conceito geral do empreendimento, sem os desenhos e plantas que fazem parte do projeto básico, Costa considera este o momento de partida efetiva do pólo, o início da contagem regressiva para definição de quais serão os sócios no seu projeto mais importante em estudo.

Costa afirmou que a Petrobras está disposta a entrar com a participação acionária que se fizer necessária para viabilizar o empreendimento. Ele considerou "fundamental" para o futuro do projeto a decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de participar com até 50% dos recursos necessários à sua execução, nas formas de financiamento e de participação acionária, conforme noticiou o Valor. A refinaria, no formato que vem sendo estudada pela estatal, custará cerca de US$ 6,5 bilhões

O complexo terá como unidade-mãe uma refinaria com capacidade de processar 150 mil barris diários de petróleo pesado da bacia de Campos (RJ) e com uma tecnologia inédita que retira do óleo mais produtos petroquímicos do que combustíveis. A produção de eteno, insumo básico da petroquímica, será de 1,3 milhão de toneladas. Interligadas a essa refinaria serão instaladas unidades de resinas, a chamada segunda geração petroquímica.

Costa disse que o núcleo duro de acionistas do projeto, a própria Petrobras, o grupo Ultra e o BNDES, permanece intacto, apesar de circularem informações de que o sócio privado poderia sair. Ele admitiu que o setor privado pode ter dificuldade de entrar em igualdade de participações com a Petrobras, dado o gigantismo da estatal, mas disse que além do próprio Ultra, há negociações em curso com empresas nacionais e estrangeiras. Os grupos estrangeiros estão mais interessados em entrar na primeira geração, ou seja, na refinaria.

Costa afirmou também que a Petrobras permanece com o objetivo de colocar o Comperj em produção em 2012, ainda que considere normal que nem todas as unidades comecem a produzir simultaneamente. A partida deverá ser dada com a refinaria e as unidades da segunda geração deverão segui-la dentro de um cronograma afinado com as necessidades do mercado.

O diretor da Petrobras disse que a ênfase que a estatal vem dando à refinaria está relacionada com as próprias possibilidades de expansão da petroquímica brasileira. O raciocínio é simples: o petróleo brasileiro, mesmo aquele do tipo mais leve (a maioria é do tipo pesado), é pobre em parafina, da qual deriva a nafta, matéria-prima da maioria das centrais petroquímicas hoje existentes no mundo, inclusive no Brasil.

A outra opção economicamente viável e com tecnologia já dominada é a petroquímica a partir do gás natural, como já ocorre no Brasil na Rio Polímeros, central integrada para 520 mil toneladas de nafta e 540 mil de polietilenos recentemente inaugurada no Rio pelos grupos Suzano, Unipar, junto com a Petrobras e o BNDES. "Não temos gás em quantidade para fazer um pólo petroquímico de grande porte", argumenta Costa. O caminho então, segundo ele, é o país se aprofundar em uma tecnologia ainda por explorar que vai lhe permitir crescer na petroquímica a partir do tipo de óleo de que dispõe.

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