Internacional

Petrobras de olho na Rússia

Petroleira brasileira poderá participar do leilão da subsidiária de gás natural da Yukos, previsto para novembro. Decisão sai no início do próximo mês, quando executivos da empresa se reunirão com empresários russos durante visita do presidente Vladimir Putin ao Brasil. Objetivo, segundo g


04/11/2004 02:00
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A Petrobras avalia a possibilidade de entrar no mercado petrolífero russo nos próximos meses, o que poderá começar a ocorrer no leilão da subsidiária de gás natural da petroleira Yukos, a Yuganskneftegaz, previsto para o próximo mês em Moscou. O gerente executivo da área Internacional da Petrobras, João Carlos Araújo Figueira, revela que a decisão final sobre o investimento será tomada no início de novembro, durante a visita ao Brasil de uma comitiva empresarial da Rússia, liderada pelo presidente Vladmir Putin.
Em novembro, o governo russo leiloará a subsidiária da Yukos, em mais uma etapa do polêmico processo de intervenção estatal naquela que já foi considerada a principal petroleira da Rússia. Principal subsidiária da Yukos, a Yuganskneftegaz foi responsável em 2003 por 62% de toda produção do grupo, então presidido pelo executivo Vladimir Kordokvsky, preso por sonegação fiscal no início deste ano.
Desde a intervenção, a Yukos já pagou o equivalente a US$ 3,5 bilhões em dívidas com o fisco. Executivos ligados à consultoria contratada pelo governo para auditar as contas da empresa estimam em até US$ 6 bilhões o montante total que supostamente teria sido sonegado por Kordokovsky entre 2000 e 2003. Analistas de mercado identificam motivações políticas, no entanto, em todo o processo de cobrança. O ex-homem-forte da Yukos estaria sofrendo retaliações por ter declarado apoio político a grupos políticos de oposição ao governo Putin.
O caso Yukos chegou a abalar a imagem de estabilidade econômica da Rússia, um mercado até hoje classificado como investment grade pelo sistema financeiro internacional. Às vésperas da visita do presidente Putin ao Brasil, Figueira prefere não fazer comentários sobre os riscos de se investir na Rússia. Admite que o país apresenta atrativos, do ponto de vista econômico, mas que todos esses fatores - positivos e negativos - serão avaliados pela Petrobras antes da tomada de decisão de investimento.
"Tudo isso será analisado pela companhia após a visita do presidente Putin ao Brasil. Nós teremos conversas com empresários russos do setor petrolífero, que estarão acompanhando a comitiva oficial, para avaliarmos as oportunidades de investimento no país. Tudo dependerá, no entanto, da análise que faremos, posteriormente, das condições de investimento", afirma Figueira, ao deixar claro que os investimentos no país poderão ocorrer independentemente do leilão da Yuganskneftegaz.
Do ponto de vista estratégico, afirmam analistas, uma presença da Petrobras no mercado russo, além de atrativa economicamente, contribuiria para consolidar a presença da empresa na região eurasiana. No início deste ano, a companhia brasileira inaugurou uma subsidiária na China, onde pretende fechar negócios não só no segmento de exploração e produção, mas também no de transportes e de gás natural. Nesse aspecto, uma presença na Rússia poderia consolidar um eixo sino-russo para a petroleira brasileira, que definiu os investimentos no exterior como uma das prioridades do planejamento estratégico 2004-2010.
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