América do Sul

Petrobras analisa participações em E&P e refino no Uruguai

A possibilidade da participação da Petrobras na refinaria da Ancap e em análises sísmicas no Uruguai foram divulgadas durante a assinatura de memorando de integração energética entre os países.


05/07/2006 03:00
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A Petrobras inicia conversações sobre participação na refinaria de La Teja, no Uruguai, e em análises de informações sísmicas sobre a plataforma offshore uruguaia.

A participação da Petrobras na refinaria da Ancap garantiria à petroleira brasileira mais mercado para o petróleo pesado de Marlin, que poderia ser processado no Uruguai e exportado à Argentina, segundo informa o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Para atender a este objetivo a refinaria, que supre 100% do mercado de derivados do Uruguai, necessita de adequação ao processamento de petróleo pesado, o que os técnicos denominam conversão profunda. Além disso, a companhia brasileira prevê a ampliação da capacidade da refinaria dos atuais 50 mil barris por dia para cerca de 60 ou 70 mil barris diariamente.

O presidente da petroleira estatal uruguaia - Ancap -, Daniel Martínez, calcula que o investimento necessário para a conversão e ampliação seja entre US$ 400 milhões a US$ 500 milhões.

Martínez informa, ainda, que a participação em La Teja poderia ser compartilhada também com a estatal venezuelana, a PDVSA, com quem já há negociações iniciadas, embora também incipientes, ainda em fase de análise de possibilidades e viabilidade técnica.

O Uruguai importa 100% do petróleo que consome, cerca de 1 milhão de barris a cada 25 dias. A maior parte do óleo cru que chega ao país vem da Venezuela (60%) a preço de mercado, mas com condições de pagamento diferenciadas. "Do total, 75% é pago depois de três meses e uma parte em produtos, o que chegou a elevar exportações uruguaias para a Venezuela. O restante é pago com juros bastante baixos", informa Martínez.

O presidente da petroleira uruguaia informa ainda que as conversações com a Petrobras na área de Exploração e Produção envolve apenas a análise de levantamentos sísmicos feitos pelo Uruguai no ano passado. A sísmica 2D offshore revelou presença de gás metano em águas uruguaias e características sedimentares que podem indicar a presença de hidrocarbonetos.
 
As informações foram divulgadas por Gabrielli e Martínez durante o ato de assinatura de um memorando de entendimento entre os dois países para a construção de uma linha de transmissão elétrica.

O documento foi assinado pelos ministros das Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, e do Uruguai, Jorge Lepra, no âmbito da integração energética sul-americana.

A linha de transmissão de até 1000 MW terá 400km de extensão e demandaraá investimentos de US$ 150 milhões, que serão arcados pelo Uruguai. O ministro Silas Rondeau ressaltou que a linha de transmissão elétrica é a consolidação da integração no âmbito do Mercosul.

Rondeau informa que na próxima quarta-feira, um grupo de trabalho binacional terá a primeira reunião em Montevidéu para definir o cronograma das obras. A previsão é que a linha seja construída em 18 meses assinatura do contrato, também previsto para os próximos meses, segundo afirma o ministro uruguaio.

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