Jornal do Commercio
Maior demanda mundial por petróleo obriga à revisão de custos
A Petrobras ainda negocia a constituição societária do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que será erguido em Itaboraí, região metropolitana do Estado. Inicialmente, a definição de toda a estrutura societária do projeto estava prevista para ser finalizada até o final do ano, mas o prazo foi prorrogado. O diretor de Abastecimento e Refino da companhia, Paulo Roberto Costa, não quis dar detalhes das negociações, e evitou estipular prazos para a definição dos novos sócios no projeto.
"A escolha dos sócios é um processo complexo, que não dá para ser feita rapidamente. Pela envergadura do Comperj, vamos ter novos sócios, com certeza. Além do Grupo Ultra e do BNDES, o projeto comporta outras empresas, principalmente da segunda geração", afirmou.
Costa explicou que o aquecimento da indústria petrolífera mundial vem provocando uma alta generalizada nos preços de equipamentos e de prestações de serviços, e que isso é a causa principal para que a Petrobras revisse para cima as estimativas de custos do Comperj e da Refinaria do Nordeste, que será construída em Pernambuco.
O projeto fluminense estava orçado em US$ 6 bilhões (em primeira e segunda geração petroquímica), mas a última revisão aponta para custo de US$ 8,4 bilhões. Já o projeto em conjunto com a PDVSA, o da refinaria do Nordeste, tem orçamento atual de US$ 4 bilhões, depois de ter projeções de US$ 2 bilhões e de US$ 2,8 bilhões.
"Os valores reais só serão definidos quando forem feitas todas as licitações. Até lá, torço para que haja um desaquecimento do mercado e os custos se reduzam", disse o diretor.
Relatórios ambientais.
A Petrobras prevê entregar até 30 de junho os estudos e relatórios ambientais completos (EIA-Rima) referentes à implementação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que será erguido em Itaboraí, região metropolitana do estado. A partir daí, a expectativa é de que em até quatro meses a Licença de Instalação (LI) do empreendimento seja concedida, informou o secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc.
A estatal recebeu ontem de técnicos da secretaria a Instrução Técnica que vai nortear o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do Comperj. De acordo com Minc, as reuniões feitas nos últimos dez dias entre técnicos do Governo e da estatal fizeram com que o projeto avançasse pelo menos seis meses, já que, segundo o secretário, boa parte de possíveis problemas terão sua discussão antecipada.
"Foram incluídas na Instrução de 80% a 90% das questões que poderiam aparecer mais à frente, em audiências públicas", declarou.
Costa ressaltou que está sendo dado um passo firme e sustentado no projeto do Comperj, e que é mais interessante que haja uma Instrução Técnica mais detalhada antes, para que se evite problemas mais à frente. Costa frisou que a estatal deseja implementar um Cinturão Verde no entorno do Comperj, com a plantação de pelo menos 3,6 milhões de mudas de árvores.
A estatal e o governo estadual firmaram ainda a constituição de um comitê para o acompanhamento dos processos de licenciamento ambiental de interesse da companhia na área de abastecimento. O comitê vai se reunir mensalmente, para obter um intercâmbio de informações necessárias à adoção, em tempo hábil, de ações corretivas para eventuais pontos de melhorias a serem identificados.
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