Estado de S. Paulo
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem que a criação da Lei do Gás não vai resolver os problemas de oferta de combustível no País. Segundo ele, em todos os países do mundo os investimentos em infra-estrutura para produção e distribuição do gás natural foram feitos por um grande investidor que apostou no setor e assumiu riscos.
Os demais empreendedores apareceram apenas num segundo momento, depois que esses investimentos maturaram e deram retorno, explicou o executivo, que participou ontem, em São Paulo, do Fórum Estadão de Energia. "O Brasil pode querer fazende e inovar, mas não acredito que uma lei vá resolver os problemas de investimentos no País.
Gabrielli negou que a estatal queria atuar sozinha nesse setor e afirmou que o Brasil é livre. "A Petrobras vai assumir riscos e investir na expansão. O investidor que quiser pode fazer o mesmo". Hoje há dois projetos de lei para ser votado no Congresso, um do governo federal que inclui a proposta do deputado Luciano Zica (PT-SP) e outro do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA). Este último propõe o compartilhamento da rede de dutos, mas a Petrobras é contra.
O presidente da estatal afirmou também que até 2010 a produção de gás será da ordem de 110 milhões de m³ por dia, sendo 30 milhões de m³ importados da Bolívia e 69 milhões de m³ de produção nacional. "Teremos de encontrar alternativas para substituir os 11 milhões de m³ adicionais que seriam comprados da Bolívia". Por esse motivo, garantiu apenas o suprimento da demanda contratada e não da que virá nos próximos anos.
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