Valor Econômico
A Petrobras e a Embrapa vão investir R$ 10 milhões para pesquisar as potencialidades agrícolas do xisto betuminoso, uma rocha extraída de jazidas exploradas pela estatal em São Mateus do Sul (PR).
Estudos preliminares indicam que o minério processado e misturado com outros insumos pode se transformar em fertilizante - rico em nutrientes. "Em alguns casos, a produtividade agrícola pode aumentar até 30%", diz o engenheiro de mina da unidade de negócios da industrialização do xisto (Six) da Petrobras, João Carlos Winck. Segundo ele, a ferrugem asiática, que atacou a soja, pode ser combatida com adubos à base de xisto.
Os recursos para financiar as pesquisas, liberados do Orçamento da União nesta semana, vão financiar os trabalhos da Petrobras e Embrapa por dois anos. Os estudos serão desenvolvidos nas unidades da Embrapa em São Mateus do Sul (que será construída) e em Pelotas (RS).
As reservas de xisto no Brasil, exploradas desde os anos 50, são uma das maiores do mundo. O país é um dos principais produtores ao lado da China, Estônia e Austrália. Desde os anos 70, a Petrobras processa o xisto no Paraná, obtendo óleo combustível e outros derivados como GLP e nafta.
Os primeiros testes feitos pela companhia sobre o uso do xisto na agricultura começaram em 1982. A Petrobras, contudo, não tem previsão de quando o produto poderá chegar ao mercado.
O repórter do Valor viajou a convite da Petrobras.
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