Nos últimos dois anos, o mercado de energia eólica cresceu de 700 megawatts (MW) para quatro mil megawatts para atender a demanda por este tipo de energia. De acordo com o diretor Comercial da pernambucana Multiempreendimentos, Luiz Carlos Ribeiro, somente no leilão de 2009 foram adquiridos 1,8 mil MW para serem usados na instalação de parques eólicos até julho de 2012. Em 2010, foi realizado outro pregão, onde foram arrematados mais 2 mil MW, para serem usados até janeiro de 2013. Diante dessa realidade, a Multiempreendimentos firmou parceria com a empresa de consultoria Andrade & Canellas (A&C) para desenvolver projetos na área de infraestrutura e gerenciamento de transmissão de energia dos que irão investir na construção dos parques que tenham subestações e Instalação Compartilhada de Geração (ICG).
“A Multi tem expertise em projetos de transmissão de energia e a Andrade & Canellas, tem ‘know how’ em engenharia aplicada. Queremos juntar essa força neste cenário, onde a procura por energia vem crescendo. Vale ressaltar que o nosso foco é desenvolver projetos na área de eólica, cuja demanda está ainda maior. Ainda não temos nada fechado, mas estamos prospectando o mercado constantemente”, afirmou Ribeiro. Ele acrescentou que a Multi, que hoje conta com 18 clientes ativos, está sendo reconhecida por players do mercado a exemplo da Alston, e da Shinider, empresas que demandam contratação em transmissão de energia e subestações.
Outro grande empreendimento que está sendo projetado pela Multi é a implantação de uma linha de transmissão de 520 quilômetros, que está sendo financiada pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e que será construída pela Incomisa, conhecida por fornecer equipamentos de geração de energia. “Do leilão de 2009, a Chesf arrematou três lotes sendo um no Rio Grande do Norte, outro na Bahia e no Ceará. Nessas ICG’s, estamos elaborando o projeto para a linha de transmissão, com um investimento de R$ 110 milhões. Tudo deverá ficar pronto em junho de 2012”, explicou Ribeiro. Segundo o gerente de Negócios da A&C, Rogério Almeida, a empresa tem forte potencial na parte de engenharia e, por isso, é importante ajudar os investidores que ganharam os leilões. “Para cada MW de potência instalada o investimento é de R$ 4 milhões. Ou seja, com uma capacidade de 30 MW o investimento total é de R$ 120 milhões. O Nordeste era importador de energia do Norte e Sudeste do País, com os investimentos em energia eólica as importações diminuem”, informou.