Mercado

Opep não respeita o corte por enquanto, mas não garante o futuro

A promessa da Opep de corte de 1 milhão de barris por dia não se materializou e que, ao contrário, a produção conjunta dos dez membros da organização aumentou. No entanto ministros do cartel tiveram dificuldades em garantir aos principais países consumidores que a Opep não permitirá escas

Redação
14/04/2004 03:00
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A pesquisa realizada pela Platts Survey, com autoridades da indústria petrolífera e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), foi divulgada na última quinta-feira (08/04) e revelou que a promessa da Opep de corte de 1 milhão de barris por dia não se materializou e que, ao contrário, a produção conjunta dos dez membros da organização aumentou.
No entanto, ainda que abril não deverá mostrar nenhum decréscimo expressivo da produção de petróleo, com poucos países indicando um corte substancial no fornecimento aos seus consumidores, as mais importantes autoridades da OPEP, tais como o ministro do cartel Ali Naimi da Arábia Saudita, tiveram dificuldades em garantir aos principais países consumidores que a Opep não permitirá escassez no fornecimento.
A Opep fez pouco para trazer os preços de volta à banda de US$ 22-28 projetada pela própria organização. Tendo em vista a depreciação do dólar norte-americano, moeda na qual o petróleo exportado é valorado, a volatilidade relacionada às questões geopolíticas ea  especulação no mercado futuro, o cartel alerta às eventuais reduções futuras da produção, ao invés de acréscimos, de tal forma a evitar um colapso dos preços no segundo trimestre, quando a demanda de petróleo diminuirá.
"Nós não vimos nenhum corte em março, e como os preços continuam altos, isso não surpreende", disse John Kingston, diretor global de petróleo na Platts." A questão agora é se veremos alguma queda substancial na produção em abril, devido ao crescimento da produção iraqueana e à preocupação da Opep com a redução da demanda no segundo trimestre".
Com os preços altos, apenas dois países produziram dentro da cota em março: Indonésia, cuja produção tem declinado há algum tempo e que ficou abaixo de sua cota em 238 mil bpd e a Venezuela, cuja produção ainda não atingiu os níveis anteriores à greve de dois meses no inverno de 2002-2003 e que, portanto, ficou aquem de sua cota em 164 mil bpd. Entre os 10 membros submetidos às cotas da Opep, Indonésia, Irã e Arábia Saudita reduziram seus volumes combinados em 60 mil bpd, mas isso foi eclipsado por acréscimos totalizando 90 mil bpd do Kuwait, Nigéria e Emirados Árabes.
Excluindo o Iraque, que não participa dos acordos de produção da Opep, o volume produzido pelos dez membros da organização atingiu uma média de 26,06 milhões de barris por dia (bpd) em março, 30 mil bpd a mais do que sua produção combinada de fevereiro e 1,56 milhões de bpd acima do teto de março. O teto era de 24,5 milhões de bpd; em abril, a cota máxima caiu para 23,5 milhões de bpd. Incluindo o Iraque, a produção total da OPEP aumentou em 470 mil bpd para 28,4 milhões de bpd em março, comparando-se aos 27,93 milhões de bpd em fevereiro, indicou a pesquisa.

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