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Opep corta produção prevendo queda de preços

A expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) adiaria o corte de 1 milhão de barris diários na produção em função da alta dos preços não se confirmou. Na reunião desta quarta-feira (31/03), os líderes da Opep decidiram pelo corte. Para os analistas a est


01/04/2004 03:00
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A expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) adiaria o corte de 1 milhão de barris diários na produção em função da alta dos preços não se confirmou. Na reunião desta quarta-feira (31/03), os líderes da Opep decidiram pelo corte. Segundo o consultor Jean Paul Prates, da consultoria Expetro, "o objetivo da Opep é manter os preços no patamar atual, defendendo-se da tendência de baixa do segundo semestre". A  analista da Espírito Santo Research, Mônica Araújo, acena com a dúvida da disciplina dos produtores em realmente produzir menos apesar da vantagem dos preços altos.
"A Opep nunca consegue que todos respeitem as cotas, sempre passam um pouco. Atualmente, ainda há um excedente de 1 milhão de barris diários que deveria ter sido cortado em fevereiro. Na realidade a Opep estava exportando 2 milhões de barris diários a mais do que a cota acordada. Agora o excedente foi reduzido, mas não eliminado", lembra Mônica Araújo.
A tendência, segudo o BES, é de volatilidade, porém dentro de um limite de estável. Mônica Araújo explica: "o comportamento poderá ser muito volátil no dia-a-dia. Até no mesmo dia os preços podem ter variações abruptas, mas no fechamento semanal eles deverão ficar equiparados na média atual". Na sexta-feira (26/03) o mercado fechou com os preços do barril de petróleo em US$ 35,73 o WTI e US$ 31,99 o Brent. Na quarta-feira (31/03), dia da reunião da Opep, o WTI ficou cotado em US$ 35,76 e o Brent em US$ 31,51.
A analista destaca, no entanto, que os anúncios do governo norte-americado, informando que pretende recuperar estoques, mesmo com os preços atuais é uma fonte de pressão para a alta devido à especulação. "Dá uma idéia de que para recuperar estoques, o governo pagaria qualquer preço", comenta.
Por outro lado, o aumento da gasolina no mercado interno norte-americano provoca o governo a tomar medidas para reduzir o custo do insumo. "O governo Bush está recebendo críticas internas por isso", ressalta Jean Paul Prates, que volta a argumentar que as eleições norte-americanas deste ano terão uma forte influência sobre o preço do petróleo. "Se a campanha democrata apresentar um plano claro de mudança nas relações com o Iraque, o mercado deverá se acalmar bastante", assegura.
No mercado brasileiro a Petrobras anunciou que pretende manter os preços dos combustíveis como estão, abaixo da média internacional. "Seria no mínimo antipático se a Petrobras resolvesse aumentar os preços agora, depois de ter passado mais de nove meses com combustíveis mais caros do que no exterior", desabafa Jean Paul Prates. Na avaliação do consultor, a empresa não teria respaldo nem político e nem econômico para o aumento e fez caixa suficiente para agüentar o preços atual pelo menos durante uns seis meses.

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