Química e Petroquímica

Novatas do petróleo e gás brilham na bolsa com exploração do xisto

Empresas praticam a técnica do fraturamento, ou "fracking".

Valor Econômico
22/04/2014 19:01
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Um novo tipo de petrolífera está fazendo sucesso com os investidores, seguindo um lema há muito desprezado no setor de petróleo e gás: "Há beleza em ser pequeno".
Quando o boom do petróleo e gás nos Estados Unidos começou há quase dez anos, as empresas que abriram caminho no setor acreditavam que quanto maior, melhor. Elas acumularam enormes extensões de terras para perfurar milhares de poços, e, então, se viram em dificuldades quando o excesso de gás natural liberado pelo fraturamento hidráulico derrubou os preços.
Tal como as rivais de maior porte, as novatas praticam a técnica do fraturamento, ou "fracking", para explorar depósitos de petróleo e gás antes inalcançáveis em densas formações de xisto. Mas essas novas empresas se concentraram nos terrenos certos, e não nos maiores - e colheram grandes resultados no mercado de ações.
De modo geral, nem as novatas que pregam que é bom ser pequeno, nem as mais antigas que apostaram no gigantismo estão ganhando mais do que estão gastando para perfurar usando a nova tecnologia. A diferença é que Wall Street não está mais jogando dinheiro a rodo nas firmas tradicionais de perfuração no xisto que detêm grandes propriedades de terras.
"É uma questão de qualidade vencendo a quantidade. Não temos meio milhão de hectares, nem nos esforçamos para ter meio milhão de hectares", diz Daniel Rice IV, de 33 anos, diretor presidente da Rice Energy Inc., que perfurou seu primeiro poço em 2009.
A empresa, que abriu o capital em janeiro, tem valor de mercado de US$ 3,9 bilhões, e suas ações já ganharam 44% desde a oferta pública inicial. A família Rice possui um terço das ações.
A Rice detém os direitos de arrendamento de cerca de 36.400 hectares no depósito de xisto de Marcellus, numa área localizada quase totalmente em dois condados, no Estado americano da Pensilvânia e no Estado de Ohio.
Compare-se essa extensão com a Chesapeake Energy Corp., que detém concessões para perfurar em mais de 5,2 milhões de hectares em oito Estados americanos, depois de abocanhar o máximo possível de concessões em meados da década de 2000. Apesar de ter direito de perfurar em uma área 140 vezes maior que a de Rice, o valor de mercado da Chesapeake é de US$ 18,33 bilhões.
A estratégia de adquirir o máximo possível de terras, iniciada pela Chesapeake e copiada pelas rivais, levou as empresas a gastarem mais do que ganham com a produção dos poços. Algumas petrolíferas gigantes que investiram no boom petrolífero, como a Royal Dutch Shell PLC, deram como perdidos seus ativos nas jazidas de xisto e já anunciaram que perfurar gás natural era uma atividade deficitária.
O depósito de gás de xisto de Marcellus abrange 246.000 quilômetros quadrados em quatro Estados americanos. Mas apenas uma pequena parte da jazida é considerada economicamente viável, e agora os investidores estão dispostos a pagar caro pelas empresas capazes de perfurar nesses locais favoráveis.
"A verdadeira atração para os investidores são as áreas nobres", afirma Gordon Douthat, analista do banco Wells Fargo. Diminuir os custos também é importante, diz. "É uma fórmula bem fácil, mas muita gente não têm tido sucesso com isso". A Rice, diz, perfurou alguns dos poços mais produtivos no sudoeste da Pensilvânia.
Várias empresas com uma presença igualmente pequena, porém bem focada, abriram o capital com sucesso. A Diamondback Energy Inc., que se concentra inteiramente na Bacia Permiana do oeste do Estado do Texas e destaca seu baixo custo de perfuração, abriu o capital no fim de 2012. Desde então, as ações da empresa texana quadruplicaram de valor.
Outra petrolífera do Texas, a RSP Permian Inc., abriu o capital em janeiro, captando US$ 390 milhões. Dois fundadores da empresa, que possui 13.700 hectares em cinco condados no oeste do Texas, possuem ações no valor de quase US$ 200 milhões cada um, segundo documentos apresentados à Comissão de Valores Imobiliários dos EUA.
Embora essas empresas que abriram o capital há pouco tempo estejam gastando mais do que ganhando, elas dizem que oferecem aos investidores crescimento rápido e estão investindo o necessário para perfurar poços e instalar dutos que vão gerar fluxo de caixa positivo nos próximos anos.
A Antero Resources Corp. detém um total de 175.230 hectares na formação de gás de xisto de Marcellus e na de Utica, em Ohio. A empresa, sediada em Denver, no Colorado, arrecadou US$ 1,6 bilhão na sua oferta inicial em outubro, uma das maiores estreias na Bolsa do ano, e, desde então, sua ação subiu 44%.
A Rice, que tem sede no Estado de Pensilvânia, teve os resultados mais impactantes, em especial para a família fundadora: o diretor-presidente Rice, dois irmãos mais novos e seu pai, Daniel Rice III, membro do conselho da empresa e ex-gestor de fundos da BlackRock Inc.
"Parece-me que a família Rice jogou os dados e ganhou", diz Jay R. Ritter, professor da Universidade da Flórida que estuda ofertas iniciais de ações. É relativamente comum para fundadores de firmas de tecnologia acumular grandes quantias em ações em uma abertura de capital dentro de um tempo relativamente pequeno. Mas na maioria dos outros setores, é raro alguém fundar uma empresa e apenas alguns anos mais tarde "possuir centenas de milhões de dólares no papel", diz Ritter.

Um novo tipo de petrolífera está fazendo sucesso com os investidores, seguindo um lema há muito desprezado no setor de petróleo e gás: "Há beleza em ser pequeno".

Quando o boom do petróleo e gás nos Estados Unidos começou há quase dez anos, as empresas que abriram caminho no setor acreditavam que quanto maior, melhor. Elas acumularam enormes extensões de terras para perfurar milhares de poços, e, então, se viram em dificuldades quando o excesso de gás natural liberado pelo fraturamento hidráulico derrubou os preços.

Tal como as rivais de maior porte, as novatas praticam a técnica do fraturamento, ou "fracking", para explorar depósitos de petróleo e gás antes inalcançáveis em densas formações de xisto. Mas essas novas empresas se concentraram nos terrenos certos, e não nos maiores - e colheram grandes resultados no mercado de ações.

De modo geral, nem as novatas que pregam que é bom ser pequeno, nem as mais antigas que apostaram no gigantismo estão ganhando mais do que estão gastando para perfurar usando a nova tecnologia. A diferença é que Wall Street não está mais jogando dinheiro a rodo nas firmas tradicionais de perfuração no xisto que detêm grandes propriedades de terras.

"É uma questão de qualidade vencendo a quantidade. Não temos meio milhão de hectares, nem nos esforçamos para ter meio milhão de hectares", diz Daniel Rice IV, de 33 anos, diretor presidente da Rice Energy Inc., que perfurou seu primeiro poço em 2009.

A empresa, que abriu o capital em janeiro, tem valor de mercado de US$ 3,9 bilhões, e suas ações já ganharam 44% desde a oferta pública inicial. A família Rice possui um terço das ações.

A Rice detém os direitos de arrendamento de cerca de 36.400 hectares no depósito de xisto de Marcellus, numa área localizada quase totalmente em dois condados, no Estado americano da Pensilvânia e no Estado de Ohio.

Compare-se essa extensão com a Chesapeake Energy Corp., que detém concessões para perfurar em mais de 5,2 milhões de hectares em oito Estados americanos, depois de abocanhar o máximo possível de concessões em meados da década de 2000. Apesar de ter direito de perfurar em uma área 140 vezes maior que a de Rice, o valor de mercado da Chesapeake é de US$ 18,33 bilhões.

A estratégia de adquirir o máximo possível de terras, iniciada pela Chesapeake e copiada pelas rivais, levou as empresas a gastarem mais do que ganham com a produção dos poços. Algumas petrolíferas gigantes que investiram no boom petrolífero, como a Royal Dutch Shell PLC, deram como perdidos seus ativos nas jazidas de xisto e já anunciaram que perfurar gás natural era uma atividade deficitária.

O depósito de gás de xisto de Marcellus abrange 246.000 quilômetros quadrados em quatro Estados americanos. Mas apenas uma pequena parte da jazida é considerada economicamente viável, e agora os investidores estão dispostos a pagar caro pelas empresas capazes de perfurar nesses locais favoráveis.

"A verdadeira atração para os investidores são as áreas nobres", afirma Gordon Douthat, analista do banco Wells Fargo. Diminuir os custos também é importante, diz. "É uma fórmula bem fácil, mas muita gente não têm tido sucesso com isso". A Rice, diz, perfurou alguns dos poços mais produtivos no sudoeste da Pensilvânia.

Várias empresas com uma presença igualmente pequena, porém bem focada, abriram o capital com sucesso. A Diamondback Energy Inc., que se concentra inteiramente na Bacia Permiana do oeste do Estado do Texas e destaca seu baixo custo de perfuração, abriu o capital no fim de 2012. Desde então, as ações da empresa texana quadruplicaram de valor.

Outra petrolífera do Texas, a RSP Permian Inc., abriu o capital em janeiro, captando US$ 390 milhões. Dois fundadores da empresa, que possui 13.700 hectares em cinco condados no oeste do Texas, possuem ações no valor de quase US$ 200 milhões cada um, segundo documentos apresentados à Comissão de Valores Imobiliários dos EUA.

Embora essas empresas que abriram o capital há pouco tempo estejam gastando mais do que ganhando, elas dizem que oferecem aos investidores crescimento rápido e estão investindo o necessário para perfurar poços e instalar dutos que vão gerar fluxo de caixa positivo nos próximos anos.

A Antero Resources Corp. detém um total de 175.230 hectares na formação de gás de xisto de Marcellus e na de Utica, em Ohio. A empresa, sediada em Denver, no Colorado, arrecadou US$ 1,6 bilhão na sua oferta inicial em outubro, uma das maiores estreias na Bolsa do ano, e, desde então, sua ação subiu 44%.

A Rice, que tem sede no Estado de Pensilvânia, teve os resultados mais impactantes, em especial para a família fundadora: o diretor-presidente Rice, dois irmãos mais novos e seu pai, Daniel Rice III, membro do conselho da empresa e ex-gestor de fundos da BlackRock Inc.

"Parece-me que a família Rice jogou os dados e ganhou", diz Jay R. Ritter, professor da Universidade da Flórida que estuda ofertas iniciais de ações. É relativamente comum para fundadores de firmas de tecnologia acumular grandes quantias em ações em uma abertura de capital dentro de um tempo relativamente pequeno. Mas na maioria dos outros setores, é raro alguém fundar uma empresa e apenas alguns anos mais tarde "possuir centenas de milhões de dólares no papel", diz Ritter.

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