Na véspera de mais uma jornada de greve geral contra os projetos governamentais, cerca de 1.500 das 12.500 estações de serviço francesas já não tinham hoje combustível, indicou à AFP a União dos Importadores Independentes de Petróleo, que representa a grande distribuição; ou seja 60 por cento das vendas.
Apesar do prosseguimento da greve nas 12 refinarias do território continental do país, o Governo garantiu durante o fim de semana que não haveria escassez de combustível e assegurou que as autoridades tudo fariam para “desbloquear os depósitos”, se necessário fosse.
Apesar de todas as tentativas oficiais de minimizar o problema, a verdade porém é que ele se está a complicar de dia para dia, com os camionistas, chamados pelos sindicatos a endurecer o movimento geral de contestação a Sarkozy, que organizaram hoje uma série de operações de marcha lenta nas imediações das grandes cidades, originando engarrafamentos de vários quilómetros nos arredores de Paris e de Lille, no Norte do país.
Em diversos locais, os grevistas foram mobilizados desde ontem à noite para bloquear os depósitos de combustível e, desse modo, impedir o reabastecimento das bombas de gasolina, constataram os jornalistas da AFP.
Os depósitos petrolíferos da Baixa Normandia e o de Brest encontram-se bloqueados desde as 04h00 locais (03h00 em Lisboa), essencialmente por empregados das empresas de transportes.
Em Frontignan, no Sul, o depósito foi bloqueado por centenas de ferroviários e de camionistas, segundo a prefeitura e uma fonte sindical. Empurrados pelas forças de segurança, eles reagruparam-se nas rotundas das imediações e cerca das 08h30 locais três dezenas de camiões estavam bloqueados por cerca de 80 manifestantes.
Em centenas de cidades, como Toulouse e Saint-Etienne, militantes e grevistas bloquearam os depósitos dos transportes colectivos, impedindo durante horas os autocarros e os eléctricos rápidos de circular.
De igual modo, também os transportes ferroviários continuaram hoje a registar perturbações, dizendo a Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro (SNCF) que só consegue garantir metade dos comboios de alta velocidade (TGV), ao mesmo tempo que também há grandes perturbações nas ligações internacionais.
O Governo garantiu ontem que o funcionamento dos aeroportos da região parisiense não se encontra ameaçado pela falta de combustível, mas a verdade é que pediu às transportadoras para que atestem os aviões nas escalas que fizerem no estrangeiro.