Crise mundial

Metalúrgicos entram em férias forçadas

Agência Estado
21/10/2008 06:50
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Metalúrgicos de todo o país tiveram as férias coletivas adiantadas em decorrência da crise financeira internacional. Ontem, 8,6 mil trabalhadores da General Motors do Brasil tiveram o primeiro dia de férias em três unidades da montadora: São Caetano do Sul, Mogi das Cruzes e São José dos Campos. Em Manaus, 7 mil trabalhadores de várias fábricas ficaram em casa ontem, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.

 

Na sexta-feira, os trabalhadores assistiram a um vídeo gravado pelo presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila. No material, Ardila explicou os motivos das férias coletivas. "Devido à queda das exportações que estamos tendo pela situação de alguns de nossos clientes no México, África do Sul, Venezuela e Argentina seria importante para nós reduzir razoavelmente a produção. Fomos, como você sabe, os primeiros a tomar a decisão", disse.

 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva, diz que o clima é de apreensão. "Não resta dúvida que isso é altamente desconfortável e ficamos preocupados, mas consideramos que a GM saiu na dianteira e se preparou para uma situação emergencial", afirma. Segundo ele, se essa iniciativa não fosse tomada agora, medidas mais drásticas poderiam ser tomadas no futuro.

 

Entre os metalúrgicos de São Caetano do Sul, a preocupação maior fica com os 1.500 novos trabalhadores que ingressaram no terceiro turno da montadora, aberto em maio. Eles têm contrato de um ano com possibilidade de renovação. "Estou mais preocupado em não continuar na empresa depois do contrato", diz um metalúrgico que não quis se identificar.

 

Os metalúrgicos da GM de São José dos Campos iniciaram as férias coletivas sem protestos. Na semana passada, eles havia paralisado a produção de veículos e motores nas unidades da S-10, Powertrain e MVA, motivados pelo anúncio de férias coletivas.

 

Em Manaus, a previsão é que mais de 10 mil metalúrgicos entrem em férias coletivas até o fim do mês. Só o grupo Moto Honda, uma das maiores empresas do pólo industrial, adiantou férias coletivas de 5 mil trabalhadores, da Moto Honda, Honda Lock e Honda Componentes.

 

Empresas de produção de componentes de alta tecnologia da região de Campinas também estudam dar férias coletivas antecipadas a seus funcionários. Segundo o empresário e primeiro vice-diretor da unidade do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Campinas, José Nunes Filho, empresas que trabalham com componentes taxados em dólar, sobretudo eletroeletrônicos, optam ou pretendem optar pelas férias coletivas antecipadas em vez de aumentar os preços de seus produtos.

 

Em Curitiba, a Volkswagen anunciou ontem que vai conceder férias coletivas a 900 trabalhadores que fazem o terceiro turno na unidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana, como uma forma de "adequação do processo produtivo".

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