Mecanização

Máquinas para colher cana já estão em falta

Pressionadas por lei federal a eliminar a queimada na colheita da cana - trabalho que passará a ser mecanizado - as usinas de açúcar e álcool estão antecipando as encomendas de colheitadeiras, pondo em xeque a capacidade de grandes fabricantes de máquinas agrícolas. A fábrica goiana da mu

Estado de Minas
23/07/2007 03:00
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Pressionadas por lei federal a eliminar a queimada na colheita da cana - trabalho que passará a ser mecanizado - as usinas de açúcar e álcool estão antecipando as encomendas de colheitadeiras, pondo em xeque a capacidade de grandes fabricantes de máquinas agrícolas.

A fábrica goiana da multinacional John Deere trabalha à plena carga e, ainda assim, só garante a entrega em abril de 2008, na próxima safra. A Case IH recorre ao estoque para atender aos clientes que se programaram, mas novos contratos também não serão cumpridos antes de fevereiro de 2008.

O crescimento sem precedentes da procura pelo equipamento reflete os investimentos dos usineiros para cumprir o Decreto-Lei 2.661, de julho de 1998, que vão chegar a R$ 2,24 bilhões no Brasil até 2012, dos quais R$ 420 milhões em Minas Gerais.

Segundo o Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool no estado (Sindaçucar), a estimativa leva em conta apenas o custo da colheitadeira, orçada, em média, na casa de R$ 1 milhão. Além da máquina, será necessário, o auxílio de caminhões adaptados para o transporte da cana, o que dobra os orçamentos das empresas.

As vendas tomaram impulso em 2005 e têm previsão de muito fôlego nos próximos cinco anos, no cenário traçado pelo diretor comercial da Case IH, Isomar Martinichen. "Trabalhamos com taxas de crescimento de 10% a 15% ao ano desse mercado, não só em função do fim das queimadas, mas com a expansão das usinas tanto para produção de açúcar quanto do etanol", afirma. A projeção faz sentido, no raciocínio do executivo, comparando-se o consumo de 50 máquinas em 2002, quando o mercado brasileiro engatinhava, às 400 previstas este ano.

A John Deer construiu a fábrica de Catalão, em Goiás, só para atuar no segmento de colheitadeiras, e pôs em testes uma outra unidade industrial em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Antes da crescente procura pela máquina nos últimos dois anos, trabalhava com prazos imediatos de entrega.

Em Minas Gerais, 80 máquinas já estão sendo usadas nos canaviais em 100 mil hectares onde a colheita foi mecanizada, informa Luciano Rogério de Castro, superintendente do Sindaçúcar. As usinas terão que investir na compra de 500 colheitadeiras para alcançar, em 2012, a meta de adotar a mecanização sem queima em 70% da área em que a topografia viabiliza seu uso.
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