Energia

Indústria quer discutir fim dos contratos

Valor Econômico
26/01/2011 12:09
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A grande indústria consumidora de energia vai entrar fortemente na discussão de como se dará a renovação dos contratos da chamada energia existente que vencem a partir de 2012 junto com o fim das concessões do setor elétrico em 2015. Cerca de 20% de todos os contratos de energia do país vão vencer e o preço a que eles forem renovados pode definir a competitividade da indústria nacional que usa energia intensiva. "A cada R$ 1 que o custo de energia caia, estaremos incorporando, a valor presente, R$ 8,60 ao produto interno bruto", assegura o presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Paulo Pedrosa.


A preocupação, entretanto, não se limita apenas com o fim dos atuais contratos mas também com as recorrentes renovações, que aconteceram durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de encargos de serviços que encarecem o custo da energia. A Conta de Consumo de Combustíveis e a Reserva Geral de Reversão (RGR) deveriam ter sido reduzidas drasticamente até o fim do ano passado, no entanto, vão custar ainda por ano R$ 5 bilhões aos consumidores.


Para tentar embasar seu ponto de vista, esses grandes industriais por meio de suas associações, liderada pela Abrace, encomendaram um estudo para Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo mostra que se o governo se sensibilizar e renovar a energia, que tem seus contratos vencendo, a R$ 50,00 o MWh e eliminar algumas contas, como a CCC, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e de Pesquisa & Desenvolvimento, o custo da energia cairia nessa década para a grande indústria cerca de 5% em termos reais. Para consumidores de menor porte, essa queda seria de 7%.


De acordo com o estudo da FGV, essa queda no preço da energia representaria o acréscimo de cerca de um ponto percentual na expectativa de crescimento anual do PIB brasileiro. "A cada dez anos incorporaríamos uma Argentina ao nosso PIB", diz Pedrosa, da Abrace.


Além de uma melhora significativa do PIB, o estudo mostra ainda que seriam gerados 3,67% mais empregos. O acréscimo da produção serviria para conter a inflação. Mas nos dois cenários, o estudo considerou uma taxa de juros de longo prazo e o câmbio fixos. A expectativa também seria de uma melhora na balança comercial. As exportações teriam um crescimento 0,9 ponto percentual superior e as importações um decréscimo de 0,58 ponto percentual.


No cenário pessimista traçado pela FGV, considerado como a continuidade do cenário atual, a renovação da energia se daria a um custo de R$ 130,00. Nesse nível de preço, o custo da energia para os grandes consumidores em torno de 30% até 2020.


O lobby da indústria, em torno dos preços da energia, tem sido bastante embasado em números que mostram uma alta de 100% nos últimos anos e isso estaria tirando competitividade da indústria. Mas esse percentual leva apenas em consideração a tarifa industrial no mercado regulado, atendido diretamente pelas distribuidoras de energia. Os grandes consumidores, entretanto, negociam sua energia livremente e nos últimos dez anos foram bastante beneficiados pelos baixos preços desse mercado, principalmente no período pós-racionamento.
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