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Para capitalizar os dividendos políticos do processo de recuperação do setor naval, o governo federal trabalha com a expectativa de colocar na água em setembro de 2006 o primeiro dos 22 navios que serão licitados no início do próximo ano pela Transpetro, a subsidiária de transportes da Petrobras. Uma graduada fonte ministerial revelou que, para isso, a concorrência não poderá ser concluída após março do próximo ano. Para que tudo corra de forma sincronizada ao calendário eleitoral, os primeiros contratos terão que ser assinados em fevereiro, um mês após o prazo esperado para a publicação do edital.
"Não há mal nenhum em um governo que batalhou pela recuperação do setor querer se beneficiar politicamente desse processo. Isso faz parte da política. Esse foi um processo que beneficiou a todos e que resultará na geração de empregos e na recuperação de todo um segmento de atividade", analisa essa fonte.
Pelos cálculos do governo, a construção de cada embarcação demandará um prazo de 15 a 18 meses, o que, na pior das hipóteses, deixaria a inauguração do primeiro navio para o período entre o primeiro e o segundo turno das eleições, no final de outubro. O problema, segundo essa fonte, é que tradicionalmente as licitações não transcorrem sem percalços, uma vez que os perdedores sempre recorrem judicialmente contra as decisões de quem promove a concorrência. Nesse caso, o ideal é que todas as indefinições que ainda cercam a licitação sejam eliminadas o quanto antes.
Além das exigências do edital, que ainda não foram todas listadas, a principal dúvida diz respeito ao mecanismo de garantia aos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal agente financiador dos participantes. A expectativa do governo é que essa dúvida seja esclarecida até o final deste ano, de modo a permitir a publicação do edital ainda em janeiro.