Reuters
O governo boliviano disse nesta terça-feira que sua decisão de militarizar as instalações petrolíferas, depois de anunciar a nacionalização da indústria de energia, garantirá de forma "rigorosa" que o país cumpra com suas exportações de gás natural.
O presidente Evo Morales colocou na segunda-feira sob controle das Forças Armadas as 56 instalações petrolíferas no país, o que inclui refinerias, dutos e campos de produção até agora em mãos de grupos estrangeiros.
"A presença das Forças Armadas na indústria petrolífera é absolutamente pacífica. As Forças Armadas tem a missão não só de proteger mas também de garantir a produção e as exportações", disse o ministro da Defesa, Walker San Miguel.
Brasil e Argentina são os principais destinos das exportações bolivianas de gás natural.
O vice-presidente boliviano, Alvaro García, afirmou à radio católica Fides que o governo "cumprirá de forma rigorosa seus compromissos de exportação".
O governo boliviano já iniciou negociações para elevar o preço de exportação, pedido negado por Argentina e Brasil, cujas economias tem alta dependência do gás boliviano.
Cadeias de rádio informaram que havia casos isolados de desabastecimento interno de combustível, especialmente em postos da Petrobras. Empregados da empresa disseram que os estoques acabaram durante o fim de semana prolongado do Dia do Trabalho.
A empresas que controlavam o negócio de hidrocarbonetos do país - entre elas a Petrobras, a espanhola Repsol-YPF, a francesa Total e a britânica British Gas - transformaram-se em simples operadoras que receberão como pagamento entre o mínimo de 18 por cento e o máximo de 50 por cento do valor da produção.
O decreto estabeleceu que as empresas que não aceitarem as mudanças devem abandonar o país e fixou um prazo de 180 dias para que as empresa se submetam à nacionalização e assinem novos contratos.
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