Intenção é reduzir a necessidade de aportes fiscais.
Valor Econômico
Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciam hoje à tarde o modelo de financiamento para cobrir o rombo aberto no caixa das distribuidoras de energia elétrica pela escassez de chuvas. O Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, apurou que parte da conta ficará com o Tesouro Nacional e uma outra parcela será repassada às tarifas.
A intenção do governo é reduzir a necessidade de aportes fiscais para garantir o cumprimento da meta de superávit de R$ 99 bilhões para 2014. O aumento nas contas de luz será limitado tanto pela inflação quanto pela dificuldade política do governo de acomodar um reajuste depois de a presidente Dilma Rousseff ter anunciado que o preço da energia cairia até 20%.
A decisão de anunciar as medidas hoje foi influenciada pelo receio do governo de sofrer um rebaixamento na nota de crédito pela Standard & Poor's. Os técnicos da agência reúnem-se hoje com o ministro Guido Mantega.
A maior incerteza no quadro fiscal neste ano são as despesas do setor elétrico. A estimativa feita é de que o gasto em 2014 pode superar R$ 20 bilhões, caso o regime de chuvas continue desfavorável.
As distribuidoras de energia vão precisar de socorro, porque a falta de chuvas obriga o governo a ligar as usinas térmicas, que têm custo de operação mais elevado, e também porque três grandes geradoras - Cesp, Cemig e Copel - não aderiram à renovação antecipada de suas concessões em 2012 e, com isso, as distribuidoras não conseguem comprar toda a energia que precisam. Recorrem então ao mercado de curto prazo, cuja cotação este ano já chega a R$ 822,61.
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