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Gerenciamento de dados é o novo ‘óleo’ da indústria, diz Luciano Pereira dos Reis durante o evento Wired Festival

Redação/Agência Petrobras
08/12/2017 17:31
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Uma plataforma marítima moderna pode ser equipada com até 80 mil sensores, capazes de gerar aproximadamente 15 petabytes, o equivalente a 15 milhões de gigabytes de informação, durante a vida útil da unidade. São informações que abrangem dados de produção, de segurança operacional, de comportamento de reservatório, entre outras. Imagine o quanto esse volume de dados estratégicos - uma vez registrados, interpretados e combinados aos demais dados de outras plataformas, por meio de uma ferramenta como o Big Data, por exemplo - pode gerar de valor para uma companhia de petróleo. “O gerenciamento de dados é o novo “óleo” da indústria. O maior desafio é como conectar, integrar e extrair valor desse volume de dados imenso", explica o consultor do Centro de Pesquisas (Cenpes), Luciano Pereira dos Reis, durante sua palestra, no Wired Festival, dedicado às novas tendências tecnológicas e à inovação.

Esse é apenas um exemplo entre uma gama enorme de ferramentas de transformação digital que podem ser utilizadas para gerenciamento e integração de grandes volumes de dados na indústria, muitas vezes dispersos e pulverizados entre diversos setores de uma mesma empresa. São instrumentos que vão desde inteligência artificial, automação, robótica, passando por ferramentas de colaboração, conectividade e mobilidade, entre outras. “A transformação digital abre imensas oportunidades para as empresas ao facilitar a tomada de decisão e aumentar a produtividade. É uma autêntica alavanca para os negócios”, complementou Luciano.

Na Petrobras de hoje, são muitas as tecnologias que nos colocam na trilha da transformação digital – também chamada de digitalização e indústria 4.0. “Nossa capacidade técnica, aliada ao desenvolvimento de tecnologia de última geração, por exemplo, nos permitiu superar o desafio de produzir em águas profundas e ultraprofundas . Ganhamos a OTC três vezes, o equivalente ao Prêmio Nobel da indústria offshore do petróleo”, destacou. Outro exemplo são as análises de imagens de sísmicas que usamos em nossas atividades exploratórias. A HPC, ou computação de alto desempenho, é uma realidade consolidada e a indústria de petróleo é a maior usuária dos supercomputadores: “Geociências e geofísica aplicam processamento de imagens à milésima potência”, exemplificou Luciano.

Arsenal tecnológico

Mas ainda há um vasto caminho a ser desbravado nesse campo de inovação. Para a companhia e para a nossa indústria como um todo, são múltiplas as oportunidades. Luciano enumerou diferentes tecnologias já disponíveis no mercado, capazes de fazer nossa indústria avançar ainda mais. O grande contingente de dados gerados em nossas atividades indica um caminho tecnológico promissor com o chamado Big Data, com redução de custos operacionais e ganhos de segurança.

Tecnologias inseparáveis desse processo sãos as relacionadas à robótica e à inteligência artificial, que têm se desdobrado em campos cada vez mais sofisticados, como os dos chamados machine learning e deep learning. Esse tipo de tecnologia tem inúmeras aplicações, desde análise de amostras de rochas e de dados poços e reservatórios, até tecnologias de reconhecimento de imagens em prol da segurança operacional em nossas unidades, para citar alguns exemplos. O potencial é ilimitado.

Outras ferramentas fundamentais para a transformação digital são as que trabalham com imagens, como tecnologias de visualização, realidade virtual e realidade aumentada com aplicações diversificadas e promissoras para nossa indústria. São exemplos os treinamentos em perfuração, a operação remota das atividades de produção, o caso dos chamados digital twins – como o FPSO Virtual apresentado na OTC – e o caso já citado, específico para a segurança operacional, em que o deep learning encontra a chamada video analytics, com grande potencial de evitar ocorrências de SMS.

Robôs em ação

Luciano lembrou na palestra que, quando se trata de tecnologia digital, nem tudo são dados e imagens. Tecnologias como a robótica industrial e a impressão 3D vão além dos bits e pixels para prover soluções importantes para nossa indústria. No caso da robótica, as aplicações podem ser desde o desentupimento de dutos e a inspeção de poços até o uso de drones e outros veículos autônomos para inspeção. Já a tecnologia de impressão 3D para uso industrial pode até mesmo tornar dispensável uma parada de emergência em uma refinaria ou plataforma, caso a peça necessária para evitar a parada seja impressa na própria unidade.

Para além dos computadores, Luciano comentou que a transformação digital nas empresas ocorre na interface entre pessoas e tecnologias e processos. As tecnologias, lembrou o consultor, têm grande potencial de agilizar a gestão e desburocratizar processos, caminhando junto com a cultura de uma organização. “Buscamos novas tecnologias como forma de evolução e transformação da nossa indústria”, resumiu.

 

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