Combustíveis

Gasolina não vai ser reajustada agora, diz Dutra

Valor Econômico
27/04/2005 03:00
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O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse ontem que "no momento" não tem planos de aumentar o preço da gasolina vendida no Brasil, apesar da alta do barril de petróleo no mercado internacional. Lembrando que em um único mês o petróleo chegou a ter uma variação de 16%, como o preço do barril caindo de US$ 58 para US$ 50, Dutra foi enfático: "Não estamos analisando mudança de preços da gasolina nesse momento", garantiu, sem fazer referência ao óleo diesel, que no Brasil também não vem acompanhando a paridade internacional.
A afirmação foi feita logo após o executivo dizer que em conversas informais, notou que há um consenso entre os produtores que participaram do 3º Fórum de Estatais de Petróleo - e que detêm quase 80% das reservas mundiais -, de que os preços do petróleo no mercado internacional devem permanecer em nível elevado. O Fórum terminou ontem, no Rio.
"Nas conversas informais que tivemos há uma avaliação de que os preços vão permanecer em níveis altos, não sei de quanto. Isso tanto em função de uma série de fatores de oferta e de demanda que são reais, como o crescimento do consumo da China e da Índia, quanto de fatores especulativos que são inerentes à indústria do petróleo", explicou.
Outro fator que influencia os preços, também apontado pelo presidente da Petrobras, é a existência de um gargalo na capacidade mundial de refino. Esse "engargalamento no refino" nas palavras de Dutra, se deve ao fato de não terem sido construídas novas refinarias no mundo, o que explica tanto o crescimento substancial das margens das refinarias, e também à incerteza quanto à capacidade de aumento da oferta de óleo.
"Há uma dúvida do ponto de vista de capacidade de produção, se os produtores teriam condições de responder a curto prazo, em função de problemas que possam haver por exemplo no Oriente Médio, a um aumento do consumo", disse Dutra, citando como exemplo um ataque terrorista. "Esses são os motivos pelos quais o preço está tão alto", continuou.
Em uma de suas raras entrevistas, o presidente da Petrobras também falou sobre os planos da empresa de iniciar a exploração de petróleo em alto mar na Argentina, o que segundo ele depende de uma mudança na legislação fiscal daquele país, que fixa as alíquotas dos impostos para exploração no mar iguais aos da exploração de petróleo em terra. "Quando estive na Argentina sugeri ao presidente Kirchner mudanças em alguns aspectos tributários durante a fase exploratória para aumentar a atratividade das áreas", disse.
Ao mesmo tempo a Petrobras continua negociando com o governo venezuelano a possibilidade de aumentar sua presença naquele país. Dutra lembrou que na última viagem que fez a Caracas, em fevereiro, propôs uma transição dos contratos atuais (herdados pela Petrobras Energia após a aquisição da Pecom), já que atualmente as empresas estrangeiras operam na Venezuela prestando serviços para a estatal PDVSA. Agora, se discute no país a assinatura de contratos de partilha de produção com as empresas estrangeiras, nos quais a estatal venezuelana ficaria com 51% das "joint ventures" que vierem a ser formadas. Quanto ao Equador, Dutra disse esperar que a situação política não afete os negócios da Petrobras.

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