Infra-estrutura

Gasoduto argentino atrai empreiteiras brasileiras

Valor Econômico
07/04/2006 03:00
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Construtoras brasileiras, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão disputando uma concorrência para executar novas obras de expansão dos gasodutos TGS e TGN, na Argentina, com investimentos previstos em US$ 1,6 bilhão. A estimativa é de que deste total aproximadamente US$ 600 milhões correspondam à exportação de bens e serviços brasileiros, incluindo tubos de aço, válvulas, itens de unidades compressoras e trabalhos de construção e engenharia, entre outros.

A expectativa é de que as obras comecem em junho ou julho deste ano. O projeto prevê a expansão da capacidade de transporte de gás natural nos dois gasodutos em 21 milhões de metros cúbicos de gás por dia em um período de três anos. A expansão ocorrerá ao ritmo médio anual de 7 milhões de metros cúbicos por dia. A capacidade adicional de gás estará voltada, em um primeiro momento, para a geração de energia elétrica.

O TGS vem da região da Patagônia argentina e segue até a província de Buenos Aires. Já o TGN cobre o norte da Argentina, de Salta até a capital e faz a ligação com a Bolívia.

Fonte de construtora que participa das negociações disse que esta semana foi assinada carta de intenções entre o governo argentino, o órgão regulador do setor de gás, a TGS, a TGN e as empresas que ganharam o direito ao transporte do volume de gás adicional pelos dutos. Entre os ganhadores, há empresas comercializadoras e distribuidoras de gás.

As construtoras brasileiras não participam diretamente da licitação, mas negociam acordos para execução das obras com as companhias selecionadas. O próximo passo, segundo a fonte, será definir a parte da obra que corresponderá a cada construtora. Empresas de construção e engenharia da Argentina também participam da concorrência.

A garantia de fontes de financiamento são importantes para definir os vencedores em licitações deste tipo. Luiz Antonio Araujo Dantas, superintendente da área de comércio exterior do BNDES, disse que os dois gasodutos estão entre os principais projetos do banco quanto ao financiamento à exportação de bens e serviços brasileiros na América Latina.

Neste ano, o BNDES espera desembolsar US$ 5,5 bilhões nos programas de apoio à exportação, dos quais US$ 500 milhões ou US$ 600 milhões devem corresponder a financiamentos para a exportação de bens e serviços nos países da região. Ele diz que levantamento feito a pedido do banco comprova que a exportação de bens e serviços tem um efeito multiplicador na economia. Ele citou o projeto da linha três do metrô de Caracas, ganho pela Construtora Norberto Odebrecht (CNO), que envolveu um número total de 118 fornecedores no Brasil, dos quais 38 grandes companhias e 80 micro, pequenas e médias empresas.

Em outra operação, aprovada em 2005, o BNDES desembolsou US$ 212,6 milhões para o TGS e o TGN. Deste total, US$ 177 milhões foram utilizados para apoiar exportações de bens e serviços da CNO e tubos da Confab para o TGS.

Os US$ 35,6 milhões restantes foram desembolsados pelo banco para o suporte à exportação de tubos da Confab usados no TGN. No total, a Transportadora de Gas del Sur (TGS) e a Transportadora de Gas del Norte (TGN) tiveram a capacidade de transporte expandida em 4,7 milhões de metros cúbicos/dia no ano passado. Segundo fontes que acompanham as negociações a Odebrecht está entre as brasileiras que disputam a obra.

Hoje a TGS e a TGN têm capacidade de transportar 106 milhões de metros cúbicos por dia. A TGS é controlada pela Compañía de Inversiones de Energía S.A. (Ciesa), que tem participação acionária da Petrobras Energía SA (PESA), subsidiária da Petrobras na Argentina.

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