Economia

Fundos que seguem Ibovespa ampliam participação na OGX

Papéis fecharam o pregão de sexta com alta de 8,93%.

Valor Econômico
29/04/2013 14:00
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A partir desta semana, por conta da entrada em vigor da nova carteira teórica do Ibovespa, os fundos passivos, que replicam a carteira do principal índice da bolsa paulista, vão se transformar no segundo maior bloco de acionistas da OGX Petróleo e Gás depois de seu controlador, Eike Batista. A avaliação está em relatório da equipe de análise do Credit Suisse, preparado por Lucas Mello.
Os fundos passivos não serão grandes acionistas da empresa porque assim desejam, mas porque serão obrigados a acompanhar o aumento do peso da ação no Ibovespa. Passarão a conviver, ainda que por pouco tempo, mais de perto com os especuladores que têm dominado a negociação com o papel da petroleira nos últimos tempos. Esse quadro sugere alta instabilidade para o Ibovespa.
A cada quatro meses, o Ibovespa passa por um rebalanceamento e a bolsa divulga uma nova carteira teórica de ações.
Nessa renovação, a questão principal para definir o peso de cada papel do portfólio no índice é a liquidez. A bolsa faz um cálculo do chamado índice de negociabilidade de cada ação, que se baseia no volume e no número de negócios fechados com ela num período de 12 meses. A partir do dia seguinte em que a carteira entra em vigor, o peso de cada papel no índice vai oscilar em função da performance das ações a cada pregão, até que venha o novo rebalanceamento.
Esse prazo mais longo do índice de negociabilidade faz com que ele apresente um comportamento muito mais estável do que o dos preços das ações. Em função disso, se uma ação da carteira tem uma desvalorização muito forte durante o quadrimestre, na próxima renovação do índice a tendência é que ela mantenha o peso dado pelo rebalanceamento anterior; no entanto, o número de ações dessa companhia que serão equivalentes a esse peso será necessariamente maior, em função do preço menor do papel.
Nos últimos tempos, as ações que conseguem atender os critérios do índice têm sido de empresas de maior porte e com negócios mais estáveis e que não apresentaram oscilações drásticas. Dessa forma, nos quatro meses em que uma carteira vigora até o seu próximo rebalanceamento, as variações de pesos das ações têm sido mais pontuais do que relevantes. Não foi o que aconteceu com a OGX no último quadrimestre.
Devido a toda a especulação envolvendo a credibilidade e a saúde financeira de Batista, do Grupo EBX e em particular das ações da petroleira, o giro dos negócios com a empresa em número de ações cresceu muito. Hoje, Batista concentra 61,09% das ações da empresa e 38,91% do capital que circula no mercado. Nas últimas semanas, a OGX tem negociado, diariamente, perto de 10% de seu "free float" - na média, é possível afirmar que o percentual para as outras empresas ronda 1%. Como afirma um operador que prefere não ser identificado, não seria exagero dizer que, ultimamente, a cada 10 dias, o "free float" da empresa troca de mãos. Os especuladores, que não olham para os fundamentos, mas apenas para uma possibilidade de alto risco de ganho de curto prazo, dominaram o papel.
Em janeiro, quando a primeira carteira do Ibovespa de 2013 entrou em vigor, o peso de OGX era de 5,02% e a ação valia R$ 5.
Conforme as contas do analista do Credit Suisse - que levam em consideração os números até o pregão de 22 de abril, quando a OGX era cotada a R$ 1,61 - de lá para cá o Ibovespa recuou perto de 13%, enquanto a queda da OGX foi de 68%. Pelo fato de a queda da ação ter sido muito maior do que a queda do índice, o peso da OGX na carteira veio diminuindo até alcançar 1,8% na carteira válida em 22 de abril.
Em razão da alta quantidade de negócios, e da estabilidade característica do índice de negociabilidade da bolsa, a ação continua a atender os critérios do índice e, no novo portfólio, que entra em vigor no primeiro pregão de maio, a OGX terá novamente um peso de 5,03% no Ibovespa.
Isso obriga os fundos passivos a elevar sua exposição atual ao papel para acompanhar a modificação no índice, de 1,8% para os 5%. Nas contas do Credit Suisse, levando em consideração a cotação de 22 de abril, isso equivale dizer que os gestores desses fundos terão de comprar nos primeiros pregões de maio 157,77 milhões de ações da OGX ou 12% do "free float" da companhia. Na teoria, isso representaria uma forte tendência de alta para os papéis na próxima semana, no entanto, diante da quantidade de notícias desencontradas sobre o grupo, o mercado se mostra cético também em relação a isso.
Se nos próximos pregões de abril a ação cair, maior a quantidade de ações que terá de ser comprada para o rebalanceamento. O inverso vale se a ação subir. Por serem obrigados a fazer a compra, a fatia dos fundos passivos no "free float" da OGX vai aumentar significativamente, aponta o Credit Suisse.
Ao valor de R$ 1,61, eles alcançarão 7,3% do capital total da companhia e 18% do "free float". Nenhuma outra ação do Ibovespa estará tão concentrada nas mãos dos fundos passivos, avaliam os analistas do banco. De acordo com informações de mercado, na média, esses fundos passivos concentram entre 2% e 4% do "free float" das empresas.
Por conta do maior peso no novo índice, logo nos primeiros dias após a sua vigência, se essa ação cair ou subir acentuadamente, maior será sua influência para a performance do Ibovespa, que fica mais exposto à instabilidade da petrolífera de Eike.
Desde janeiro essa ação, sozinha, respondeu por uma queda de cerca de 3% no Ibovespa. Também é de se esperar que, ao longo dos próximos quatro meses, esses fundos passivos vendam as ações, o que pode contribuir para uma nova desvalorização dos papéis.
Os papéis da petrolifera fecharam o pregão da BM&FBovespa na sexta-feira com alta de 8,93%, cotados a R$ 1,83.

A partir desta semana, por conta da entrada em vigor da nova carteira teórica do Ibovespa, os fundos passivos, que replicam a carteira do principal índice da bolsa paulista, vão se transformar no segundo maior bloco de acionistas da OGX Petróleo e Gás depois de seu controlador, Eike Batista. A avaliação está em relatório da equipe de análise do Credit Suisse, preparado por Lucas Mello.


Os fundos passivos não serão grandes acionistas da empresa porque assim desejam, mas porque serão obrigados a acompanhar o aumento do peso da ação no Ibovespa. Passarão a conviver, ainda que por pouco tempo, mais de perto com os especuladores que têm dominado a negociação com o papel da petroleira nos últimos tempos. Esse quadro sugere alta instabilidade para o Ibovespa. A cada quatro meses, o Ibovespa passa por um rebalanceamento e a bolsa divulga uma nova carteira teórica de ações.

 

Nessa renovação, a questão principal para definir o peso de cada papel do portfólio no índice é a liquidez. A bolsa faz um cálculo do chamado índice de negociabilidade de cada ação, que se baseia no volume e no número de negócios fechados com ela num período de 12 meses. A partir do dia seguinte em que a carteira entra em vigor, o peso de cada papel no índice vai oscilar em função da performance das ações a cada pregão, até que venha o novo rebalanceamento.


Esse prazo mais longo do índice de negociabilidade faz com que ele apresente um comportamento muito mais estável do que o dos preços das ações. Em função disso, se uma ação da carteira tem uma desvalorização muito forte durante o quadrimestre, na próxima renovação do índice a tendência é que ela mantenha o peso dado pelo rebalanceamento anterior; no entanto, o número de ações dessa companhia que serão equivalentes a esse peso será necessariamente maior, em função do preço menor do papel.


Nos últimos tempos, as ações que conseguem atender os critérios do índice têm sido de empresas de maior porte e com negócios mais estáveis e que não apresentaram oscilações drásticas. Dessa forma, nos quatro meses em que uma carteira vigora até o seu próximo rebalanceamento, as variações de pesos das ações têm sido mais pontuais do que relevantes. Não foi o que aconteceu com a OGX no último quadrimestre.


Devido a toda a especulação envolvendo a credibilidade e a saúde financeira de Batista, do Grupo EBX e em particular das ações da petroleira, o giro dos negócios com a empresa em número de ações cresceu muito. Hoje, Batista concentra 61,09% das ações da empresa e 38,91% do capital que circula no mercado. Nas últimas semanas, a OGX tem negociado, diariamente, perto de 10% de seu "free float" - na média, é possível afirmar que o percentual para as outras empresas ronda 1%. Como afirma um operador que prefere não ser identificado, não seria exagero dizer que, ultimamente, a cada 10 dias, o "free float" da empresa troca de mãos. Os especuladores, que não olham para os fundamentos, mas apenas para uma possibilidade de alto risco de ganho de curto prazo, dominaram o papel.


Em janeiro, quando a primeira carteira do Ibovespa de 2013 entrou em vigor, o peso de OGX era de 5,02% e a ação valia R$ 5.


Conforme as contas do analista do Credit Suisse - que levam em consideração os números até o pregão de 22 de abril, quando a OGX era cotada a R$ 1,61 - de lá para cá o Ibovespa recuou perto de 13%, enquanto a queda da OGX foi de 68%. Pelo fato de a queda da ação ter sido muito maior do que a queda do índice, o peso da OGX na carteira veio diminuindo até alcançar 1,8% na carteira válida em 22 de abril.


Em razão da alta quantidade de negócios, e da estabilidade característica do índice de negociabilidade da bolsa, a ação continua a atender os critérios do índice e, no novo portfólio, que entra em vigor no primeiro pregão de maio, a OGX terá novamente um peso de 5,03% no Ibovespa.


Isso obriga os fundos passivos a elevar sua exposição atual ao papel para acompanhar a modificação no índice, de 1,8% para os 5%. Nas contas do Credit Suisse, levando em consideração a cotação de 22 de abril, isso equivale dizer que os gestores desses fundos terão de comprar nos primeiros pregões de maio 157,77 milhões de ações da OGX ou 12% do "free float" da companhia. Na teoria, isso representaria uma forte tendência de alta para os papéis na próxima semana, no entanto, diante da quantidade de notícias desencontradas sobre o grupo, o mercado se mostra cético também em relação a isso.


Se nos próximos pregões de abril a ação cair, maior a quantidade de ações que terá de ser comprada para o rebalanceamento. O inverso vale se a ação subir. Por serem obrigados a fazer a compra, a fatia dos fundos passivos no "free float" da OGX vai aumentar significativamente, aponta o Credit Suisse.


Ao valor de R$ 1,61, eles alcançarão 7,3% do capital total da companhia e 18% do "free float". Nenhuma outra ação do Ibovespa estará tão concentrada nas mãos dos fundos passivos, avaliam os analistas do banco. De acordo com informações de mercado, na média, esses fundos passivos concentram entre 2% e 4% do "free float" das empresas. Por conta do maior peso no novo índice, logo nos primeiros dias após a sua vigência, se essa ação cair ou subir acentuadamente, maior será sua influência para a performance do Ibovespa, que fica mais exposto à instabilidade da petrolífera de Eike.


Desde janeiro essa ação, sozinha, respondeu por uma queda de cerca de 3% no Ibovespa. Também é de se esperar que, ao longo dos próximos quatro meses, esses fundos passivos vendam as ações, o que pode contribuir para uma nova desvalorização dos papéis. Os papéis da petrolifera fecharam o pregão da BM&FBovespa na sexta-feira com alta de 8,93%, cotados a R$ 1,83.

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