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Mais que a construção de novos dutos para transporte de óleo e gás, o Fórum de Oportunidades em Dutos, organizado pela Global Pipeline Monthly e realizado ontem (quarta-feira, 3), durante a Rio Pipeline 2007, apontou a necessidade de manutenção dos 2 milhões de dutos terrestres existentes hoje no mundo. De acordo com relatório da Douglas-Westwood , do Reino Unido, o consumo mundial de gás registrou crescimento de 435% desde 1965. Mas trata-se de uma infra-estrutura para transporte muito antiga, que não tem como continuar operando por mais 10 anos, alertou o diretor da consultoria, John Westwood.
Essa é a realidade do Equador, por exemplo, onde não há nenhuma nova construção prevista para o curto prazo, já que o país passa por uma revisão constitucional e tem os investimentos paralisados. O Equador conta com 3,3 mil quilômetros de dutos, que consomem cerca de US$ 40 milhões em manutenção a cada ano, afirmou o presidente da Oleoducto de Crudos Persados (OCP), Wong Loon.
O mesmo acontece na Europa, onde a demanda por gás deverá atingir os 652 bilhões de metros cúbicos em 2030. Temos que investir em modernização, já que a taxa de dutos com mais de 40 anos está aumentando, disse o conselheiro do Diretório Geral para Energia e Transporte da Comissão Européia, Cristobal Burgos-Alonso. Além disso, em 2008 a União Européia vai revisar sua política energética, prevendo investimentos adicionais em infra-estrutura, para a construção de dutos para CO2 e biocombustíveis, por exemplo, acrescentou.
Quando o assunto são novas redes, a ênfase, porém, fica por conta da distância entre as grandes reservas de gás e os principais mercados consumidores. Caso do Brasil, onde a demanda de gás, de 48,2 milhões de metros cúbicos por dia em 2006, passará para 121 milhões de metros cúbicos por dia em 2011, segundo o gerente geral de desenvolvimento de novos negócios da Transpetro, Charles Labrunie.
Conforme o Plangás, o Plano de Antecipação de Produção de Gás Natural da Petrobras, o Brasil vai aumentar a produção de gás natural de 15 milhões de metros cúbicos este ano para 40 milhões de metros cúbicos em 2011, assinalou. Além dos projetos aprovados, que somam US$ 6,5 bilhões de investimentos entre 2007 e 2011, a Transpetro planeja construir mais 523 quilômetros de gasoduto entre Urucu e Porto Velho, 88 quilômetros adicionais no Gaspal e 1.190 quilômetros no Gasbol. Em toda a América Latina, as previsões da Douglas-Westwood são de 17 mil novos quilômetros de dutos entre 2008 e 2012.
Já no Canadá, são dois grandes projetos para construção de dutos: o Alasca, que deverá entrar em operação em 2014 e prevê investimento de US$ 20 bilhões para o transporte de 120 a 180 milhões de metros cúbicos por dia, e o Mackenzie, com início das operações previsto para 2012, investimento de US$ 7,5 bilhões e capacidade de 36 mil a 54 mil metros cúbicos por dia. A alta nos preços do petróleo vêm impulsionando novos investimentos, constatou Mo Mohitpour, da canadense Enbridge International. Na América do Norte, a previsão de investimentos em dutos chega aos US$ 155 bilhões nos próximos 20 anos, concluiu.