O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) espera aprovar até o fim do ano o financiamento para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, que será construída no rio Xingu, no Pará. Para o superintendente de infraestrutura do banco de fomento, Nelson Seiffert, o único gargalo visível até o momento está no licenciamento ambiental.
"Fazemos esforço grande para analisar o projeto e solicitamos informações para o consórcio Norte Energia. Boa parte [das informações] já chegou e trabalhamos com a perspectiva de enviar para a diretoria em dezembro", disse Seiffert. "Mas o banco não vai contratar sem o licenciamento ambiental", acrescentou.
O valor enquadrado pelo BNDES para o projeto é de R$ 19,56 bilhões e Seiffert disse que provavelmente o valor financiado ficará abaixo do teto de 80% do total do projeto.
Seiffert ressaltou que parte dos recursos que serão financiados deverão vir de agentes financeiros, uma vez que o valor total pedido pelo consórcio Norte Energia é superior ao limite de R$ 14 bilhões para um único projeto, teto baseado no patrimônio de referência do banco de fomento, atualmente em cerca de R$ 60 bilhões.
Pelas regras de Basileia, o total destinado a um único projeto por um banco de investimento não pode superar 25% do patrimônio de referência.
Seiffert explicou que o financiamento para Angra 3 deverá ser aprovado ainda em novembro, em projeto garantido pela Eletrobras. Ele não revelou os valores envolvidos na negociação e acrescentou que o banco também discute financiamento para a ampliação da capacidade de produção de energia pelas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Para esses projetos, o acréscimo da capacidade de geração de energia deverá ser de 300 MW no conjunto das duas usinas.