Álcool

Fecombustíveis defende redução do percentual de álcool na gasolina

Se o preço sobe por escassez de oferta e não de aumento de custos, reduzir o volume de álcool na gasolina seria o mais adequado, afirma o presidente da Fecombustíveis, que informa: "o teto do álcool a R$ 1,05 mantém o aumento de 19% no período em que o IPCa só subiu 5% e o IGPM 1%".

Redação
18/01/2006 02:00
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A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) defende a redução da mistura do álcool a gasolina como medida mais eficaz para equilibrar os preços do álcool.

Em carta enviada ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, o presidente da Federação, Luiz Gil Siuffo Pereira, argumenta que se o problema do preço do álcool é decorrente da escassez do oferta e não de aumento de custos, a alternativa de reduzir a mistura de 25% de álcool na gasolina para 20% seria a medida mais adequada. Cada ponto percentual reduzido, aumenta a oferta de álcool em 20 milhões de litros por mês, afirma o executivo na carta

Gil Siuffo também restou importância ao acordo firmado entre o governo federal e os produtores, uma vez que a redução no preços do litro de álcool foi de apenas R$ 0,03, ou 2,7%, por litro, sobre um produto que durante o ano teve reajustes muito superiores aos índices de inflação.

Segundo o histórico dos preços do álcool em São Paulo traçado por Gil Siuffo, em janeiro de 2004 o litro do álcool hidratado no produtor custava R$ 0,5611 e em dezembro do mesmo ano chegou a R$ 0,9472. O que significa um aumento de 68,8%, sem paralelo com qualquer índice de preço do País no período.

Ainda de acordo com texto da carta de Siuffo, "o álcool anidro, no mesmo período, saltou de R$ 0,6334 para R$ 1,0533, aumento de 66,6%. E chegou a R$ 1,08/R$1,09 em janeiro de 2006 e nunca é demais lembrar que em março de 2004 o mesmo álcool anidro em São Paulo custava R$0,3905/litro, sua mais baixa cotação nos últimos 24 meses".
 
"Ao firmar um acordo em que os produtores concedem uma redução no preço do álcool anidro equivalente a R$ 0,03/litro, fixando o teto de R$ 1,05/litro, o que se fez, Senhor Ministro, foi retornar o preço ao produto ao nível do mês anterior – dezembro de 2005. Comparar o valor acordado e saudado como uma grande contribuição dos produtores – R$ 1,05 - com janeiro de 2005 (R$ 0,8851/litro) chega-se a um aumento de 19%, num período em que o IPCA ficou em torno de 5% e o IGPM pouco acima de 1%", critica Siuffo.

O representante da Fecombustíveis observou ainda que atenderá o convite feito pelo Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, no qual o objetivo serie "discutir os preços cobrados ao consumidor". No entanto, Siuffo ressalta que considera "a reunião sem sentido", e declara: "Os preços são livres e a reunião não faz sentido, mas não deixaremos de atender a convocação/convite, já que o álcool assume a cada dia papel mais relevante no mundo dos combustíveis líquidos. Mas também não podemos deixar de registrar a sua estranheza e reafirmar que a Fecombustíveis, de acordo com a lei, age em nome de seus filiados apenas institucionalmente, não tendo procuração para insinuar, estimular ou incitar qualquer conduta em relação a preços e margens, uma vez que isso representa, na correta visão da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, uma intervenção, uma ação concertada destinada a cartelizar e dirigir preços e procedimentos, atitudes condenadas pela legislação vigente".

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