As exportações de petróleo angolanas vão se manter acima de 1,8 milhão de barris diários em fevereiro, apesar de um leve recuo em comparação com o mês anterior, de acordo com as previsões de exportação das operadoras de blocos no país.
O número, porém, supera a cota determinada para Angola pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
As previsões divulgadas nesta quinta-feira, que incluem petrolíferas como BP, Chevron e Exxon Mobil, apontam para 1,816 milhão de barris diários que serão exportados em fevereiro de 2010, um total de 50,8 milhões de barris.
No mês que vem, a previsão é de 57,5 milhões de barris, ou 1,856 milhão diários, bem acima da cota atribuída a Angola pela organização petrolífera.
De acordo com Angola, atualmente sua cota é de 1,656 milhão de barris, mas os cálculos de analistas de mercado citados pela agência Bloomberg apontam para apenas 1,517 milhão de barris.
O cartel, que se reúne em Angola no dia 22 de dezembro, não publica dados relativos às cotas de cada país.
Respeito às cotas
A Opep apelou aos países-membros para respeitar seus limites, em um contexto em que a Agência Internacional de Energia (AIE) estima que o cumprimento é de apenas 62%.
As exportações angolanas recuaram em novembro e em dezembro, quando ficaram em 1,76 milhão de barris.
Segundo o ministro angolano do Petróleo, José Maria Botelho de Vasconcelos, o país tem reservas de petróleo que permitem manter uma produção diária de 1,9 milhão de barris diários durante 15 anos.
As reservas petrolíferas que garantem os atuais níveis de produção e capacidade extrativa em Angola apontadas por Botelho de Vasconcelos, também presidente em exercício da Opep, são de 13,1 bilhões de barris.
Graças ao corte imposto pela organização na produção e à diminuição do preço, entre 2007 e 2008, o setor petrolífero angolano reduziu sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país, de 58,3% para 38,9%.