Jornal do Brasil
Vendas externas permitirão alta de 12% na receita
As exportações brasileiras de resinas termoplásticas deverão salvar o ano das empresas do setor. Apesar dos efeitos negativos do câmbio, o maior volume exportado e o aumento dos preços das resinas no segundo semestre deverão garantir um incremento de 12% no faturamento neste ano, segundo estudo da Lafis Consultoria.
O volume de vendas externas deverá crescer 30% em comparação a 2004, sendo que os principais mercados são os EUA e o Mercosul, sobretudo a Argentina. As exportações alcançaram 723 mil toneladas de janeiro a setembro, 33,6% a mais que as 541 mil dos nove primeiros meses de 2004, segundo o Sindicato das Indústrias de Resinas Sintéticas no Estado de São Paulo (Siresp).
- No primeiro semestre, o mercado estava muito ruim e a indústria teve que exportar, e com margem comprimida pelo alto custo das matérias-primas - explica o presidente do Siresp, José Ricardo Roriz.
Segundo a analista da Lafis, Célia Murad, a maior concorrência de produtos importados de EUA, Europa e Argentina reduziu o mercado interno para as fábricas locais, que aumentaram presença no exterior perdendo margem de lucro. No terceiro trimestre deste ano houve queda no lucro líquido entre 30% e 90%.
A Lafis prevê que as vendas domésticas fechem o ano com queda de 2%. Já a produção deverá crescer 3,1%. O consumo aparente atingiu 3,8 milhões de toneladas em 2004, volume 11,7% maior do que o de 2003. A consultoria projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,7% em 2006, o que deverá aumentar a demanda por resinas, resultando em crescimento de 3% nas vendas internas. Mas acredita em câmbio estabilizado em 2006, em média anual de R$ 2,45, o que não criaria estímulos às exportações.
- Elas ficariam no mesmo patamar, e como a demanda interna vai crescer, isso vai permitir mais venda doméstica - diz Célia, que projeta vendas totais 10,5% maiores em 2006. A consultoria prevê, ainda, aumento de 36% nos embarques em 2006, reflexo da entrada em operação da Rio Polímeros.
A Lafis prevê ainda alta de 11% na produção, 13% no faturamento e preço médio 2% maior. Para Roriz, 2006 tem tudo para ser muito melhor para as produtoras de resinas, já que o preço de petróleo deve pressionar menos o setor.
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