Agência Brasil/Redação
O presidente afastado da construtora Andrade Gutierrez, Otavio Azevedo, continua preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em São Paulo. A expectativa é de que, caso não obtenha um habeas corpus, ele seja transferido para o Rio de Janeiro. Até o início da tarde de hoje (11), a PF não informava quando isso deve ocorrer.
O executivo voltou a ser detido, em caráter preventivo, no final da tarde dessa quarta-feira (10). Azevedo estava em liberdade há apenas cinco noites. Até a última sexta-feira (5), quando o juiz federal Sergio Moro o autorizou a cumprir prisão domiciliar, ele estava preso no Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Alvo da Operação Lava-Jato, Azevedo é acusado de participar de um esquema de corrupção de agentes públicos e políticos para fraudar contratos da Petrobras e da Eletronuclear, superfaturando-os. Ele responde pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro.
Sua primeira prisão ocorreu em junho de 2015, durante a décima quarta fase da Lava-Jato. No início da noite de sexta-feira (5), o juiz Sergio Moro autorizou que ele e o executivo da Andrade Gutierrez, Elton Negrão, deixassem o Complexo Médico Penal e aguardassem em casa a conclusão do processo relativo à Petrobras. Azevedo e Negrão passaram do regime de prisão preventiva para o de prisão domiciliar, depois de assinarem acordo de delação premiada.
No sábado, um dia após Azevedo e Negrão serem soltos no Paraná, o juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Marcelo da Costa Bretas, que comanda as investigações sobre fraudes na Eletronuclear (uma outra frente das investigações da Operação Lava-Jato) determinou que Azevedo voltasse a ser preso. Para Bretas, a decisão do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações dos crimes cometidos na Petrobras, não anula o mandado em que ele, Bretas, decretou a prisão preventiva do executivo pelas denúncias envolvendo a Eletronuclear. O mandado de prisão assinado por Bretas permaneceu em aberto enquanto Azevedo esteve preso por determinação de Moro.
O próprio relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, já emitiu parecer avaliando que os dois casos não estão associados, apesar do envolvimento de investigados.
A Agência Brasil procurou o advogado de Azevedo, Juliano Breda, mas funcionários do escritório orientaram a reportagem a contatar a assessoria da Andrade Gutierrez. A construtora, por sua vez, respondeu que não comentaria o assunto. Ontem, Breda adiantou a vários veículos que, hoje, entraria com um pedido de revogação da prisão de seu cliente.
Fale Conosco
20