Grupo Odebrecht

ETH obtém US$ 1,15 bi do BNDES

Valor Econômico
05/12/2008 05:40
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou, na quinta-feira, a aprovação de financiamento de R$ 1,8 bilhão para o setor sucroalcooleiro. Desse total, R$ 1,15 bilhão será repassado para a ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht.

 

A ETH vai usar a linha de crédito para implantar três usinas que estão em construção nas cidades de Nova Alvorada do Sul (MS), Mirante do Paranapanema (SP) e Caçu (GO). Os três projetos “greenfield” (construção a partir do zero) deverão entrar em operação a partir de junho de 2009, afirmou ao Valor Eduardo Pereira de Carvalho, diretor da ETH.

 

Esses três projetos do grupo somam investimentos de R$ 1,9 bilhão, dos quais 60% são financiados pelo BNDES. “Os outros 40% são recursos dos acionistas [Odebrecht e a trading japonesa Sojitz]“, afirmou Carvalho. Cada usina deverá moer 5 milhões de toneladas de cana por safra.

 

Criada em 2007, a ETH possui duas usinas em operação - a unidade Alcídia, na região do Pontal do Paranapanema (SP), e a Eldorado, em Rio Brilhante (MS). Juntas, as duas plantas devem processar 3,5 milhões de toneladas nesta safra, a 2008/09. Para 2009/10, o grupo deverá moer cerca de 8 milhões de toneladas de cana, incluindo as duas unidades existentes e as outras três usinas que vão entrar em operação no ano que vem. A meta do grupo é processar 45 milhões de toneladas até a safra 2015/16.

 

Além das três usinas da ETH, o BNDES liberou financiamento para outros dois grupos, que juntos receberão R$ 634 milhões. O Iaco Agrícola, que tem como acionistas os grupos Grendene, Irmãos Schmidt e o empresário André Esteves, está construindo uma planta em Chapadão do Sul (MS), com capacidade para 1,9 milhão de toneladas de cana na safra 2011/12. Já o projeto São Fernando, que pertence aos grupos Bertin e Bumlai, deverá entrar em operação em 2009/10, e terá capacidade de processar 2,3 milhões de toneladas de cana.

 

Segundo Júlio Ramundo, superintendente da área de indústria do BNDES, esses financiamentos começam a ser liberados para as usinas entre este mês e janeiro. A expectativa é de que os desembolsos do BNDES para o setor sucroalcooleiro fique em até R$ 6,2 bilhões em 2008, 72% acima dos desembolsos de 2007. A carteira do BNDES para 2009 já tem R$ 6 bilhões para o setor, mas os desembolsos poderão chegar até R$ 7 bilhões. Neste ano, as aprovações para projetos de implantação de usinas alcançaram cerca de R$ 4,5 bilhões, valor que supera em 80% o total registrado em 2007. Desde 2004, o banco financiou 38 usinas de açúcar e álcool do país.

 

Apesar da forte liberação de recursos do BNDES para o setor sucroalcooleiro verificada este ano, sobretudo a partir deste segundo semestre, o banco deverá ser mais criterioso ao avaliar novos projetos de usinas. Desde a safra 2007/08, marcada por baixos preços do açúcar no mercado internacional, as usinas enfrentam uma situação financeira delicada, que foi agravada pela crise global.

 

Muitos grupos de setor estão revendo seus projetos de construção de usinas. De acordo com Júlio Ramundo, do BNDES, o banco não registrou nenhuma desistência de projetos que o banco está analisando.

 

Conforme Carvalho, da ETH, há no país várias usinas em construção, que não tiveram seus projetos adiados, mesmo com a forte crise que afeta vários setores da economia. “Esses grupos realizam investimentos pensando a longo prazo, sustentados pela demanda global pelos biocombustíveis”, afirmou.

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