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O governador da Flórida, Charlie Crist, assumiu ontem, em São Paulo, o compromisso de brigar no Congresso dos Estados Unidos pela extinção da barreira tarifária que inviabiliza a entrada do etanol produzido no Brasil. "O governo da Flórida tem uma delegação junto ao Congresso e vamos tentar acabar com este imposto", disse a uma platéia de empresários brasileiros e americanos na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Atualmente, o álcool combustível brasileiro enfrenta uma tarifa de entrada no mercado americano de US$ 0,54 por galão (US$ 0,14 por litro ou R$ 0,245 por litro). O anúncio ontem do governador da Flórida será um grande reforço contra esta proteção tarifária. A indústria do etanol no Brasil prepara uma ofensiva para buscar apoio interno nos Estados Unidos para que a barreira seja retirada em 2009, quando o Congresso dos Estados Unidos irá apreciar o assunto.
O republicano Crist, que é sucessor de Jeb Bush - irmão do presidente George W. Bush -, explicou que a Flórida considera mais viável ser abastecida pelo Brasil. O Estado americano consome hoje 1,1 bilhão de litros de etanol. A maior parte deste abastecimento é feita pelas indústrias de etanol da região do Meio-Oeste dos EUA.
O primeiro problema é o preço do álcool, mais caro do que o brasileiro. O segundo problema é logístico. E10 - O Departamento de Proteção ao Meio Ambiente da Flórida vai recomendar formalmente ao governador a mistura de 10% de etanol na gasolina consumida no Estado. "Vamos apresentar esta recomendação em outubro de 2008", disse Michael Sole, representante do departamento.
A frota de veículos da Flórida é de 16 milhões de veículos e apenas cerca de 500 mil carros são equipados com motores bicombustível. A criação do que está sendo chamado de E10 depende do corte tarifário, mas se avançar - conforme garantiu o entusiasmado governador Charlie Crist - a Flórida se tornará o primeiro grande mercado para o etanol brasileiro. Por ano, o Estado americano consome 8,6 bilhões de galões de gasolina (equivalente a 32,5 bilhões de litros), mais do que o consumo brasileiro inteiro.
O uso do etanol como aditivo a gasolina significa a criação de um mercado para 860 milhões de galões ou 3,25 bilhões de litros. Este volume é mais do que a indústria sucroalcooleiro brasileira exporta durante um ano inteiro. "Dos 3 bilhões que exportamos, apenas 1 bilhão de litros foi para os Estados Unidos. Estamos falando de volumes muito maiores agora", afirma Marcos Jank, presidente da Unica.