Folha de São Paulo
O anúncio da Petrobras de escolher Santos como a cidade onde ficará a unidade de negócios que vai gerenciar a produção da bacia de Santos foi criticado por especialistas em petróleo. O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em resposta às críticas, afirmou que "a decisão foi absolutamente técnica".
A Petrobras vai investir, sozinha ou em parcerias, US$ 18 bilhões na exploração e produção de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, que vai da Região dos Lagos (RJ) até a costa norte de Santa Catarina. Niterói (RJ) era a outra cidade candidata a receber a unidade de negócios da estatal.
De acordo com Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), o que determinou a escolha foi a variável política, com forte pressão das entidades de classe paulistas, como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Abdib (Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base).
Para Pires, do ponto de vista técnico, tanto Santos como Niterói têm condições de receber a estrutura da Petrobras.
O economista Edmar Luiz Fagundes de Almeida, do Grupo de Economia de Energia da UFRJ, afirmou que a Petrobras deveria ter sido mais transparente sobre os motivos que levaram à escolha.
A Petrobras afirmou que os critérios da escolha foram divulgados com total transparência. O argumento principal é que Santos se localiza geograficamente no meio da bacia e a cidade comporta uma unidade da Petrobras. Outro ponto é que 52% da bacia está no Estado de São Paulo. O terceiro é a distribuição dos cinco pólos de exploração na bacia, com predominância de São Paulo.
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