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Espanhóis compram o controle da Neoenergia

Valor Econômico
09/12/2011 19:11
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Os sócios da Neoenergia estão perto de anunciar um acordo para a reestruturação acionária da empresa, que controla as distribuidoras de energia Cosern, Celpe e Coelba. Pelo acordo, a empresa espanhola Iberdrola, que detém hoje 39% do capital, será a nova controladora da companhia, com cerca de 60% do capital. O braço de investimentos do Banco do Brasil (BB), que possui 11,99%, deixará a empresa. A Previ, o fundo de pensão dos funcionários do BB, reduzirá sua fatia de 49,01% para 25%. Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrará no capital, tornando-se sócio estratégico.

O preço da operação já foi definido, mas não revelado, e, segundo o Valor apurou, Previ, BB e BNDES saem da negociação "satisfeitos". O BNDES, o grande "player" do governo no setor de energia, fará parte do grupo de controle e sua participação poderá chegar a 15%.

A negociação foi difícil. Os espanhóis, segundo fontes, foram duros e barganharam muito. A Iberdrola, de acordo com fontes do governo, apostou numa ideia "equivocada" - a de que Previ e BB precisavam se desfazer rapidamente de suas atuais posições na Neoenergia. Após meses de discussões, os espanhóis ofereceram um valor considerado atraente.

Por determinação da presidente Dilma Rousseff, o BNDES entrou nas negociações para participar no capital da empresa, investimento que Brasília considera "estratégico". O governo exigiu que o BNDES assumisse fatia relevante no capital, com direito a participar das decisões estratégicas. Os espanhóis não se opuseram.

Agora, técnicos do BNDES e da Iberdrola estão definindo o acordo de acionistas que passará a vigorar depois da reestruturação acionária. A discussão sobre governança da Neoenergia envolve também a visão oficial sobre o futuro do setor elétrico no país. "O governo está olhando não apenas a transação, mas o setor", explicou uma fonte. O presidente mundial da Iberdrola, Ignacio Galán, esteve ontem no Brasil, mas sua agenda se deteve a assuntos de orçamento, segundo informaram algumas fontes.

Pela estimativa de Marcos Severine, analista do Itaú BBA, a Iberdrola teria que pagar cerca de R$ 5 bilhões para chegar aos 60% do capital.
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