Jornal do Commercio
A Petrobras deve definir no primeiro trimestre de 2009 onde instalará a base portuária que deve apoiar o desenvolvimento do pré-sal da Bacia de Santos. A informação é do gerente da estatal para a área de Infra-Estrutura, Eduardo Diniz Prallon, que participou ontem de workshop promovido pela Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural (Cespeg), criada pela secretaria estadual de Desenvolvimento. Neste momento, a empresa avalia áreas potenciais na Baixada Santista, São Sebastião e no estado do Rio de Janeiro para receber a base portuária que será necessária para dar suporte à exploração do pré-sal.
Prallon destacou que a movimentação de cargas na região deve ter início antes da produção comercial dos blocos do pré-sal, portanto, nos próximos cinco a seis anos. “As decisões são prementes”, disse. O pólo pré-sal é formado por blocos pertencentes tanto ao Estado de São Paulo, que é o caso de Carioca, Bem-te-vi, Caramba e Guará, como ao Rio de Janeiro, que responde por Tupi e Júpiter.
Segundo Prallon, a estrutura deve ser suficiente para permitir até 12 atracações simultâneas - na base portuária de Macaé (RJ), são permitidas até sete atracações ao mesmo tempo. Por essa razão, a companhia pode verificar a necessidade de construir duas bases portuárias, em vez de apenas uma. Ele estimou que a área de pré-embarque e retroporto (área que armazena e administra as cargas que chegam ao porto) deve abranger aproximadamente dois milhões de metros quadrados.
A Petrobras estima que a movimentação de carga na região do pré-sal será de 1,63 milhão de toneladas em 2015, considerando o transporte de água e de insumos necessários para a atividade de exploração e produção na região. Para 2028, a projeção é de movimentação é de 2,8 milhões de toneladas. As estimativas consideram o atual cenário projetado para a produção do pré-sal.
Atualmente, os trabalhos na Bacia de Campos exigem o transporte de cargas que totalizam 1,7 milhão de toneladas, aproximadamente.
Além da disponibilidade de área, Prallon apontou o licenciamento ambiental como ponto mais sensível na avaliação da Petrobras para a escolha das áreas. “O ponto-chave está na questão ambiental, porque todo o processo de licenciamento é complexo”, disse.
Ele considera que, em infra-estrutura, o estado de São Paulo é “incomparável” e, portanto, teria todas as condições para receber os investimentos que a Petrobras precisará fazer na base portuária. Mas ressaltou que o elevado ritmo de crescimento do estado acaba provocando gargalos. “São Paulo já tem, naturalmente, um ritmo de expansão muito forte. É preciso avaliar se cabe uma expansão adicional por conta do pré-sal”, afirmou.
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