A retomada dos projetos de termoelétricas a gás natural, que entram novamente na disputa pelo leilão A-3 (cujos projetos iniciam operação em 2014) de energia nova, deverá colocar a eólica em segundo plano. Isso porque o valor das tarifas oferecidas pela energia dos ventos tende a subir em decorrência da inflação e pelo fato de que os melhores parques eólicos já foram leiloados até o ano passado.
De acordo com Eduardo Molina, diretor da Gestamp Wind no Brasil, não se sabe a quanto o gás natural será vendido, mas isso poderá derrubar a tarifa de eólicas e inviabilizar a entrada de uma boa parte dos quase 11 mil megawatts de projetos cadastrados no leilão.
Se a empresa espanhola decidir entrar com seus 11 projetos cadastrados, ela investirá cerca de 400 milhões de euros no Brasil.
De outro lado, o governo não acredita em desigualdade de condições entre as duas fontes de geração. Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, as duas fontes deverão acirrar a disputa, meta do planejador do sistema nacional para obter modicidade tarifária.
Além da fonte termoelétrica a gás natural, a ampliação da usina de Jirau, que deverá vender 450 MW, também levará o preço das tarifas para baixo, colocando, assim, a eólica como a terceira fonte em termos de competitividade no leilão inicialmente programado para julho.
Com isso, a perspectiva é de que a fonte de geração de eletricidade por meio de ventos entre com mais força apenas no leilão de energia de reserva, que incluirá a biomassa, única fonte capaz de ser vencida