Bloomberg, 17/01/2018
Investimento mundial em energia limpa totalizou US$ 333,5 bilhões no ano passado, uma alta de 3% em relação a 2016 e segundo maior investimento anual da história, levando o montante acumulado desde 2010 para US$ 2,5 trilhões.
Um crescimento extraordinário nas instalações fotovoltaicas fez de 2017 um ano recorde para a China em termos de investimento em energia limpa. Esse boom ofuscou as mudanças ocorridas em outros países, como o salto nos investimentos na Austrália e México e a queda nos investimentos no Japão, Reino Unido e Alemanha.
Segundo os números anuais da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), baseados em sua base de dados de projetos e contratos, os investimentos mundiais em energia renovável e tecnologias inteligentes de energia atingiram US$ 333,5 bilhões no ano passado, um aumento de 3% em relação aos números revisados de 2016, US$ 324,6 bilhões, e apenas 7% inferior ao recorde histórico de US$ 360,3 bilhões registrado em 2015.
Jon Moore, diretor executivo da BNEF, diz: "O total de 2017 é ainda mais notável se considerarmos que os custos de capital da tecnologia líder - a solar - continuam em queda acentuada. No ano passado, os custos por megawatt dos sistemas fotovoltaicos de grande escala foram 25% menores em relação aos de dois anos atrás".
Mundialmente, os investimentos em energia solar somaram US$ 160,8 bilhões em 2017, 18% a mais em relação ao ano anterior mesmo com as reduções de custo. Pouco mais da metade desse total, US$ 86,5 bilhões, foi gasto na China. Esse montante é 58% superior ao de 2016, com uma capacidade instalada adicionada de geração de energia fotovoltaica de 53GW em 2017, contra os 30GW em 2016.
Justin Wu, diretor da BNEF na Ásia-Pacífico, diz: "Em 2017, a China aumentou sua capacidade instalada em cerca de 20GW além do previsto. Isso aconteceu por duas razões principais: primeiro, apesar do crescente uso de subsídios pelos desenvolvedores e do aumento da energia não injetada na rede (curtailment), as autoridades reguladoras chinesas - pressionadas pela indústria - agiram com lentidão para inibir a construção de projetos de larga escala fora das quotas alocadas pelo governo. Os desenvolvedores desses projetos acreditam que receberão algum subsídio futuramente".
"Em segundo lugar, o custo da energia solar continua caindo na China, e cresce o número de projetos em telhados, parques industriais e outros locais para geração distribuída - sistemas não limitados por quotas governamentais. Grandes consumidores de energia na China estão instalando painéis solares para suprir sua própria demanda, com subsídio mínimo".
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