A Eletrobras vai adquirir o controle de mais três ou quatro distribuidoras de energia brasileiras nos próximos anos, informou nesta terça-feira (22) o presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto, durante o evento UK Energy in Brazil 2011. Segundo o executivo, a ideia é aumentar a rentabilidade do funcionamento e melhorar a eficiência dessas distribuidoras.
Carvalho Neto não informou quais seriam estas distribuidoras, mas afirmou que as informações já têm sido comentadas no mercado (a distribuidora de Goiás é uma delas). Apesar do foco principal da empresa estatal ser a geração e transmissão de energia, a Eletrobras tem comprado distribuidoras que apresentam problemas gerenciais ou financeiros. Atualmente, a Eletrobras possui seis distribuidoras: em Roraima (Boa Vista), Rondônia, Acre, Piauí, Alagoas e Amazonas.
Segundo o presidente da Eletrobras, a empresa já controla 10% da distribuição de energia no Brasil. “Em algumas dessas distribuidoras, a perda de energia é de 40%. Precisamos reduzir essas perdas, para aumentar a eficiência energética e a rentabilidade dessas empresas”, salientou.
De acordo com Carvalho Neto, estão previstos investimentos de US$ 700 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para melhorar a eficiência das seis empresas já controladas pela Eletrobras nos próximos anos, dos quais US$ 400 milhões virão do Banco Mundial.
O executivo afirmou ainda que a empresa deverá rever seu plano de negócios e estabelecer prazos mais longos. Segundo ele, até o final de abril, a Eletrobras deverá divulgar seu plano para o período entre 2011 e 2020. "Neste planejamento estarão incluídos cenários que contemplam a renovação dos contratos de concessão previstos para vencer em 2015. Estamos recebendo sinalizações de que a renovação realmente vai ocorrer, mas ainda não sabemos a que tarifas, privilegiando a modicidade tarifária. Por isso, vamos prever cenários com a tarifa atual, descontos de 10%, 15%, 20%", disse.
Com relação à energia nuclear, ele comentou que a empresa apenas mantém os planos para conclusão de Angra 3 e a construção de mais quatro usinas nucleares. "Sobre o futuro do programa nuclear brasileiro, será uma decisão que vai passar pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e pela presidente Dilma (Rousseff)", disse.
Sobre as mudanças que poderiam ser tomadas em decorrência do acidente nuclear no Japão, o presidente da Eletrobras disse que com o acidente irá se aumentar ainda mais o nível de segurança das usinas.