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O empresário Eike Batista vai estrear no setor de petróleo com um orçamento de US$ 500 milhões e foco na busca de reservas de gás natural no Brasil e no exterior. O executivo confirmou ontem a criação de uma petroleira, a OGX, seguindo um padrão adotado por ele de batizar seus empreendimentos por uma sigla seguida de `X` por acreditar no efeito multiplicador da letra. A companhia já analisa a participação no próximo leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em outubro.
`Nós, do setor siderúrgico, consumimos muita energia e precisamos de gás. Ou seja, investir em energia é agregar valor ao nosso produto`, afirmou o executivo.
As empresas do grupo atuam desde a extração de minério de ferro (MMX) ao transporte (LLX) e siderurgia (EBX), com um braço gerador de energia (MPX). Além da questão energética, Eike cita o potencial do gás como redutor de minério, que pode contribuir para melhorar os custos de transporte dos produtos finais.
A estratégia da OGX seguirá o padrão adotado na MMX: em um primeiro momento, a empresa prospectará reservas por conta própria; depois, com prospectos em mãos, vai buscar parcerias no mercado. A petroleira também deve abrir capital em bolsa de valores, assim que tiver uma carteira de negócios a apresentar para potenciais investidores. `Isso deve ocorrer em uns três anos, mais ou menos. O setor de petróleo tem prazos maiores que o de mineração, já que os recursos estão escondidos no subsolo e não em minas a céu aberto`, explicou o executivo.
Para tocar o negócio, Eike contratou o ex-presidente da Petrobrás Francisco Gros e o geólogo Paulo Mendonça, que ocupava a gerência-geral de exploração da Petrobrás. Ele insinua que continuará roubando quadros da estatal e até da Companhia Vale do Rio Doce, com fez também para a composição da diretoria da MMX. `Há sempre executivos dispostos a abraçar um projeto agressivo como esse`, afirmou, referindo-se à OGX.
Entre as operações internacionais de sua petroleira, Batista citou como focos a Bolívia e a Nigéria. Eike diz que o país de Evo Morales continua atrativo, mesmo após a nacionalização, que garantiu à estatal local YPFB pelo menos 51% de cada projeto.
`Se os 49% restantes pagarem as contas, tudo bem`, avaliou. O executivo, por sinal, tem hoje outra visão com relação ao governo Evo, que ameaçou expulsar a EBX do país no início do mandato, sob a acusação de crimes ambientais, depois de ter investido US$ 70 milhões.
`Eles retiraram as acusações. Quem é inteligente volta a conversar, não dá para guardar rancor`, afirmou. Segundo ele, as negociações a respeito da siderúrgica da EBX na Bolívia avançaram e a expectativa é que a unidade inicie as operações na virada do ano.
Fonte: O Estado de S.Paulo