A EDP Energias de Portugal oficializou ontem o pedido à Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) de emissão secundária de ações da EDP Energias do Brasil.
A empresa vai vender 14% do capital que detém em sua subsidiária brasileira, o que no dia 17 de maio equivalia a R$ 740 milhões, segundo o prospecto preliminar da operação. A oferta poderá se ampliada, dependendo da demanda.
A venda faz parte de um pacote para combater a profunda crise econômica e financeira a que está submetida o governo português, que é o principal acionista da EDP. A subsidiária brasileira responde por 20% da capacidade de geração de caixa do grupo. Justamente com a crise, grandes elétricas nacionais esperavam que a decisão fosse a de se vender ativos no Brasil, principalmente as distribuidoras. Mas a preferência do grupo português foi vender parte dos quase 65% que detém do capital EDP Energias do Brasil. Assim, pelo menos por enquanto, a Bandeirante e a Escelsa (distribuidoras que atuam nos Estados de São Paulo e Espírito Santo) vão continuar no portfólio do grupo.
Além dessa operação no Brasil, o governo português, que é dono de 25% da EDP em Portugal, também negocia a venda de até 10 pontos percentuais dessa fatia à Eletrobras.
"A Eletrobras é o parceiro preferencial nessa transação", disse nesta semana o presidente da estatal brasileira, José da Costa Carvalho Neto, que para efetivar o negócio impõe a condição de participar da gestão da companhia.
Carvalho Neto explicou que não tem interesse em comprar as ações que estão sendo vendidas no Brasil e somente a participação diretamente na holding em Portugal. A estatal brasileira tem intenção de se internacionalizar e ao comprar a EDP, que atua em todo o mundo, poderia começar a concretizar esse desejo.