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Após uma saraivada de críticas desde que publicou o edital de concorrência dos 22 petroleiros da Transpetro no último dia 25 de novembro, o presidente da subsidiária de logística da Petrobras, Sérgio Machado, admite que o comitê de licitação poderá mesmo modificar as regras da disputa. Após se reunir na manhã desta quarta-feira (15/12) por cerca de duas horas e meia com representantes da indústria naval do país, no Rio, Machado revelou que as modificações poderão ocorrer até 31 de janeiro, data definida para o recebimento das propostas de pré-qualificação dos grupos interessados na disputa.
Segundo o executivo, 38 grupos adquiriram o edital de pré-qualificação até a última terça-feira, entre os quais sete estaleiros estrangeiros que ainda não dispõem de base instalada no país, de países como Noruega, China, Coréia do Sul, Japão e Polônia. Além deles, todos os estaleiros do Rio e mais um grupo de empreiteiras compraram o documento, que poderá ser modificado a partir de sugestões que forem encaminhadas ao comitê de licitação. As mudanças poderão ocorrer por meio da supressão de artigos ou simples correções de redação.
Após a reunião, os executivos do setor, reunidos em almoço-palestra com o próprio Machado, manifestaram otimismo com os rumos da licitação, que já é esperada há mais de um ano. Na avaliação de Carlos Fillipe Rizzo, assessor da presidência da Fels Setal, controladora do estaleiro Brasfels - antigo Verolme, de Angra dos Reis -, "a reunião foi muito produtiva" e teria contribuído para sinalizar mudanças no edital. Segundo ele, a impressão dos executivos "foi a melhor possível". Embora mais parcimonioso, o diretor comercial do Mauá-Jurong, José Roberto Simas, confirmou a impressão geral e se disse "mais feliz com o que ouviu na reunião".
A Transpetro licitará nos próximos dois anos 42 embarcações em duas etapas. Na primeira, que envolverá os primeiros 22, serão licitados navios do tipo Suezmax, Aframax, Panamax e GLP. A partir da entrega das propostas de pré-qualificação, a Transpetro terá 60 dias para análise dos candidatos, período a partir do qual pretende lançar o edital definitivo de qualificação técnica e econômica. A expectativa, segundo Machado, é concluir a licitação em junho do próximo ano, o que permitirá o lançamento da primeira embarcação no segundo semestre de 2006.
O presidente da Transpetro anunciou que a construção dos primeiros 22 navios permitirá uma economia de US$ 700 milhões por ano em fretes de embarcações estrangeiras. Atualmente, disse Machado, o transporte marítimo é responsável pela movimentação de 98% do comércio exterior do Brasil, o que demonstra, segundo ele, o peso do segmento para a balança comercial do país. O executivo afirmou, no entanto, que ainda não é possível adiantar maiores detalhes da segunda etapa, que envolverá outros 20 navios. Segundo ele, sua definição depende do resultado da primeira fase.