Investimentos

Eaton planeja crescer em energia e hidráulica

Valor Econômico
12/08/2010 13:46
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Uma das maiores fornecedoras independentes de peças para o setor automotivo do mundo, a Eaton planeja ampliar presença nas áreas de energia e hidráulica no Brasil. Reconhecida sobretudo por seus sistemas de transmissão e embreagem para veículos leves e pesados, a companhia americana tem como meta incrementar os negócios nos outros dois segmentos em que atua, na esteira de grandes projetos de infraestrutura e construção civil, sem deixar de lado o tradicional nicho de autopeças. Assim, projetos de óleo e gás, geração de energia e empreendimentos imobiliários, incluindo os do "Minha Casa, Minha Vida", entraram no alvo da companhia.

Em linha com essa estratégia , a Eaton concentrou há três meses nas mãos de um único profissional, Patrick Randrianarison, as presidências da operação na América do Sul e do grupo de componentes automotivos (Vehicle Group) na região. Agora, trabalha para ampliar a oferta de sistemas no país, o que pode incluir a produção de novos itens nas fábricas locais. "Queremos que todas as divisões cresçam no Brasil, mas vamos enfatizar que também nossos sistemas de energia e hidráulica são eficientes", afirma o executivo.

De acordo com Randrianarison, a Eaton deverá aportar no país, até 2015, pelo menos o mesmo valor aplicado nos últimos cinco anos. "Quando o mercado ainda não crescia de maneira significativa, o investimento ficou em US$ 130 milhões", lembra o executivo, que está no Brasil desde 2007. "Agora que o mercado mostra expansão acentuada, os investimentos deverão ficar no mínimo no mesmo nível."

Os recursos serão direcionados, sobretudo, à área de tecnologia e desenvolvimento de produtos específicos ou adaptação de itens, já comercializados em outros mercados, à realidade sul-americana. Na área de transmissão e embreagem, o foco é reforçar o papel da operação brasileira como centro mundial de excelência. "Tanto levamos produtos fabricados aqui para outras regiões como importamos de outras áreas. É uma maneira de complementar a oferta e ainda mitigar o efeito do câmbio", diz.

Novos equipamentos e otimização e modernização das linhas em operação no país também constam do orçamento. No Brasil, a americana tem fábricas em Guarulhos, Guaratinguetá, Mogi Mirim, São José dos Campos e Valinhos, no Estado de São Paulo; em Caxias do Sul (RS) e no Rio de Janeiro, e emprega 4,9 mil pessoas - em toda a América Latina, são 13 mil funcionários.

De acordo com Randrianarison, cerca de 200 trabalhadores foram contratados entre o fim de 2009 e este ano diante da percepção da companhia de que a retomada nos negócios, especialmente no setor automobilístico, seria acentuada. "Nos antecipamos ao perceber que o mercado seria forte", conta.

No segmento de peças para automóveis e caminhões, a Eaton planeja crescer, no mínimo, no mesmo ritmo do mercado. "Apesar da meta, nosso foco não está em volume mas, sim, em tecnologia", ressalta o executivo. Entre 2011 e 2012, conta Randrianarison, a companhia poderá passar a fabricar no país o sistema E-Locker, que permite o bloqueamento de rodas ao toque de um botão e equipa com exclusividade o Palio Adventure Locker, da Fiat. "Estamos negociando com duas montadoras. Se houver volume, vamos fabricar aqui", diz. Hoje, o sistema é importado do México.

No ano passado, o faturamento da Eaton na América Latina foi de aproximadamente US$ 1 bilhão. A "maior parte", segundo o executivo, foi gerada no Brasil. "Durante a crise, a operação brasileira ajudou muito a companhia, mundialmente. Esse é um exemplo do quão forte é a economia daqui."
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