Redação TN Petróleo
Diante dos escândalos de corrupção na Petrobras, a perda de valor e credibilidade da empresa no mercado, a presidente Dilma Rousseff decidiu tirar Graça Foster da presidência e trocar toda a diretoria da estatal em março. Com o intuito de evitar um desgaste maior e preservar a imagem da instituição, arranhada pelos sucessivos desdobramentos da Operação Lava Jato, Dilma teve que abrir mão de sua amiga, abalada e disposta a deixar o cargo.
A gota d'água foi a forma como Graça Foster conduziu a divulgação do balanço contábil-financeiro da Petrobras, referente ao terceiro trimestre de 2014, um arremedo de números mal apurados que nem sequer foram auditados ainda. A diretoria da empresa estimou que R$ 88 bilhões foram desviados como resultado da corrupção. Mas Dilma não concordou e tomou a interpretação desse valor como uma “previsão amadora”.
Sofrendo uma forte oscilação no valor de seus papéis, a Petrobras e os seus acionistas viram as suas ações subirem 15% com os rumores da saída de Graça Foster. A expectativa era de que o encontro dela com a presidente Dilma em Brasília selasse um desfecho. Os nomes para substítui-la ainda estão sendo sondados pelo Palácio do Planalto. Joaquim Levy e Alexandre Tombini, ministro da Fazenda e presidente do Banco Central, respectivamente, ajudam na procura.
Especula-se sobre a possibilidade de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, assumir a vaga deixada para presidente. Entretanto, Dilma não simpatiza tanto com Meirelles, o que pode dificultar a sua escolha. O favorito é Rodolfo Landim, que trabalhou por 26 anos na Petrobras e transita entre o mercado e o perfil técnico exigido para ocupar tal posição. Também correm por fora Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, e o presidente da Caoa, Antonio Maciel Neto. A troca ocorrerá somente após a publicação do balanço auditado.
Quem quer que seja, o novo comandante terá um grande desafio pela frente: renegociar dívidas, restaurar a confiança dos investidores através da credibilidade da empresa e ter pulso firme para não se render à pressões políticas de partidos da base governista. Ontem (3) a agência classificadora de riscos Fitch rebaixou a nota da Petrobras.
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