Crise Brasil-Bolívia

Dilma afirma que a Bolívia já sinaliza "disposição para negociar"

A ministra-chefe da Casa Civil diz que se a Bolívia quiser negociar o preço do gás fora do contrato ela terá "aceitar também negociar quantidades e prazos" do energético importado para o Brasil


18/09/2006 03:00
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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, considerou o congelamento da resolução ministerial boliviana como um sinal de "disposição para negociar". A resolução do Ministério dos Hidrocarbonetos da Bolívia entregava à estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) o controle de toda a comercialização interna de derivados de petróleo.
 
Segunda Dilma, o recuo boliviano abriu novos espaços para discussão sobre o tema, que afligiu o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na semana passada, quanto a possibilidade de ver "encampadas" as duas refinarias pertencentes a estatal brasileira, localizadas no país andino.
 
"De fato, ela (a resolução) está congelada e ao estar congelada permite que se discutam as questões relativas ao refino. A Petrobras vem externando de forma sucessiva que não lhe interessa manter nessa situação a exploração do refino na Bolívia", disse a ministra da Casa Civil, em entrevista ao programa "Canal Livre", da Rede Bandeirantes.
 
Dilma afirmou que a proposta boliviana de reajustar o preço do gás, por um valor acima dos moldes firmados no contrato com a Petrobras, poderá implicar também em uma mudança na quantidade do energético importado e no prazo de vigência do contrato atual, válido até 2019.
 
"A Bolívia quer negociar um reajuste fora dos termos do contrato. O que também deve ser colocado é que se ela quiser negociar um preço fora do contrato, ela tem que aceitar também negociar quantidades e prazos", disse a ministra e completou: "Está tudo em questão".
 
De acordo com as regras do contrato atual, o reajuste no preço do gás importado da Bolívia é feito com base em uma cesta
internacional de combustíveis, a cada três meses. Dilma afirmou que o Brasil soube endurecer as relações com o país vizinho, no episódio da ocupação militar nas refinarias. Segundo ela, a ação teria ocorrido por uma necessidade da Bolívia de trabalhar "imagens internamente".
 
"Naquele momento nós protestamos de forma bastante firme com eles (a Bolívia). Era um momento também em que eles estavam trabalhando imagens internamente. O que nós temos de entender, do ponto de vista do Brasil, é que não iremos negociar os interesses do país (Brasil). Eles são muito claros para nós", assegurou a ministra da Casa Civil, ressaltando que a exploração das reversas de gás das Bacias de Santos(SP) e Campos (RJ), e da importação de gás natural liquefeito (GNL) pela Petrobras, diminuirão a dependência brasileira do gás boliviano.
 
"Nos interessa uma relação estável e de pouquíssima retórica, mas uma relação firme e é isso que o governo vem buscando."
 
Gabrielli
 
Na quinta-feira passada, dia 14, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, chegou a afirmar que a estatal recorreria, se fosse preciso, a arbitragem internacional para garantir o ressarcimento dos investimentos feitos nas duas refinarias, situadas na Bolívia. Ele disse que não seria "expulso" do país vizinho e classificara a medida tomada pelo então ministro dos Hicarbonetos, Andrés Solíz Rada, como "unilateral e inadequada para a situação do refino boliviano".
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