Bolívia

Decreto atende "demanda unânime dos movimentos sociais", diz diretor de ONG boliviana

Agência Brasil
02/05/2006 03:00
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O decreto assinado nesta segunda-feira (01/05) pelo presidente da Bolívia, Evo Morales que nacionaliza as reservas de gás e petróleo do país andino "é uma mudança fundamental na história de recuperação dos recursos naturais da Bolívia". Essa é a avaliação de Pablo Sólon, diretor da Fundação Sólon, organização não-governamental (ONG) boliviana que foi uma das responsáveis pela mobilização pela nova lei do petróleo e gás no país.

Sólon destacou que os protestos em favor da nacionalização das reservas de gás e petróleo é antiga e foi responsável pela queda dos dois presidentes que antecederam Evo: Sanchéz de Lozada, em outubro de 2003, e Carlos Mesa, em junho de 2006. Durante o governo de Lozada, as manifestações geraram cerca de 80 mortes.

"Essa é uma demanda unânime dos movimentos sociais", disse em entrevista por telefone à Agência Brasil. Ressaltou ainda que esta é a "terceira nacionalização" pela qual o país passa. O decreto determina que as reservas são de propriedade do Estado e que as empresas estrangeiras têm seis meses para se adequar às novas normas.

Sobre a relação da Bolívia com a Petrobras, principal empresa exploradora de gás e petróleo no país vizinho, Sólon disse que a estatal brasileira é bem-vinda desde que reconheça as determinações do decreto. "Queremos que a Bolívia e a Petrobras sejam sócias. Mas a Bolívia não vai aceitar ter uma relação de patrão".

A Petrobras é responsável, segundo a empresa, por 20% dos investimentos diretos no país e por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) boliviano. A companhia opera 46% das reservas de gás natural e produz toda a gasolina e óleo diesel consumido pelos bolivianos.

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